Ninguém é maluco a ponto de achar que o dinheiro não pesa em qualquer situação ou decisão. E como pesa! Até no casamento, porque hoje em dia, só as pessoas sentimentais e excessivamente românticas ainda casam por amor. Os ricos e as pessoas inteligentes, não casam, fazem um grande negócio - ao unirem interesses. Na política, o dinheiro além de comprar votos, ainda compra corações e mentes. Se o dinheiro não fosse tão importante, fundamental até, eu diria, como explicar a eleição de certos políticos que não tem carisma, não tem serviços prestados a população, e quando as urnas são abertas, as suas votações superam as expectativas mais otimistas?
Quando um político é eleito para chefe do Poder Executivo, qualquer que seja o seu nível, a sua primeira medida é escolher alguém da sua extrema confiança para ocupar postos chaves, como secretarias de saúde, educação, obras e alguns departamentos com independência financeira e por onde circula muita grana, como por exemplo, o Departamento Estadual de Transito (DETRAN), Companhia de Água e Esgoto. Quando as companhias energéticas pertenciam aos governos estaduais e a iniciativa privada, o governante também indicava gente da sua confiança para administrá-las. Não só pelo dinheiro, mas, sobretudo, pelo poder de fogo dessas empresas na hora do uso eleitoral.
Mas eis que chega um momento em que o dinheiro perde o valor, e o inconsciente coletivo fala mais alto. Eu poderia enumerar aqui uma série de exemplos de mudanças, onde o dinheiro e o poder político não conseguiram se impor sobre a vontade soberana do povo. Mas vou citar apenas um exemplo, por ser o mais próximo e cujos protagonistas ainda estão vivos e atuantes. Em 1992 disputavam a eleição para prefeito de Timon, o ex-prefeito Napoleão Guimarães e o engenheiro civil Chico Leitoa. A favor de Napoleão Guimarães existia a prefeitura e o poder político e econômico da família Sarney. Desnecessário é falar sobre o poder dessa família no Maranhão e no Brasil. A favor de Chico Leitoa, a princípio, só a turma radicalmente contra o grupo Napoleão que vivia no poder há mais de 20 anos. Mas com o desenrolar da campanha, a candidatura de Chico Leitoa, um ex-secretário de obras de Napoleão foi crescendo de tal maneira que a dois meses do pleito já se percebia um sentimento de mudança, contra o qual eles nada poderiam fazer, porque tudo começou a conspirar contra o poder representado por Napoleão Guimarães.
Desde esse tempo já existiam as pesquisas contratadas, do tipo quem manda é o freguês, feitas para catapultar uma candidatura que não consegue sair do chão. Mas quem assistia o horário eleitoral, já naquela época, sabia para que lado pendia a vitória. Enquanto o programa de Napoleão Guimarães era completamente tomado por carretas, com carros abastecidos de gasolina pela prefeitura, o programa de Chico Leitoa era feito com gente do povo, que participava com os seus carros, jumentos, carroças, cavalos e até a pés. Quem via essa manifestação espontânea do povo não tinha mais nenhuma dúvida quanto ao vencedor. O que acabou acontecendo, com Chico Leitoa desbancando Napoleão Guimarães, para sempre do poder nesse município maranhense.
No Brasil e em particular no estado do Piauí, respira-se hoje um sentimento de mudança, em que pese toda a propaganda do governo federal para nos vender uma imagem positiva do Brasil, quando na realidade o nosso país não se transformou num paraíso, como Lula tenta nos fazer crer, pois o que se vê de fato na televisão e no nosso dia a dia - é o aumento da violência, o aumento do uso de drogas lícitas (porque o nosso povo só vive doente) e ilícitas, devido o crescimento do narcotráfico. O nosso sistema público de saúde é uma lástima e a educação pública vai pelo mesmo caminho. De "bom" mesmo neste país, só o programa Bolsa Família que impede que em pleno século XXI, milhões de brasileiros morram de fome e inanição. É um programa eleitoreiro, assistencialista e clientelista? É! Mas o que seria dos pobres e miseráveis deste país que já chegam a quase 25 milhões, se não fosse essa bolsa fome? Pobre de um país onde os pobres para sobreviverem dependem da caridade do governante de plantão.
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