A miséria brasileira se sustenta nesse tripé

A indigência mental, intelectual e a extrema pobreza em que a maioria do povo brasileiro vive, pode ser atribuída a três fatores básicos: a religião, o futebol e a música. O primeiro fator, por alimentar nos pobres de espírito e de bens materiais, a doce ilusão de que sofrer sobre a terra é uma condição indispensável para que o homem possa ver a face de Deus, ou melhor dizendo, para que ele conquiste a sua salvação. O segundo fator, esse por alienar completamente o povo, que movido por esse esporte, esquece a miséria circundante. Enquanto que o terceiro fator, o circo, esse substitui o pão. Quem anda pela periferia, sobretudo das regiões Norte e Nordeste, sabe muito bem que o homem que habita essas duas regiões é movido pela alegria. Uma alegria que está mais para doença do que para a alegria propriamente dita.

Os nossos governantes conscientes da força desses três fatores, investe no fortalecimento da religião, do futebol e da música. Como se não bastasse só o interesse dos governos em fortalecerem essas três culturas, ainda existe por trás de tudo isso, o interesse da indústria cultural, das religiões-empresas multinacionais e das redes de televisão - que vâem no futebol a sua base de sustentação. A Rede Globo de Televisão, por exemplo, monopoliza as transmissões dos jogos do campeonato brasileiro.

Um povo que vive entorpecido pela presença da religião, da música e do futebol nas suas vidas, não pensa e como consequência disso, não se dá conta do estado de  miséria e abandono em que vive. Ao pobre, pode lhe faltar tudo, menos um rádio de pilha ou uma televisão. Esse dois veículos de comunicação que deveriam ajudá-lo na sua conscientização, muito pelo contrário, reforça a sua alienação e apatia. 

A educação que deveria representar a salvação de uma gente que vive sendo ignorada pelo sistema, não recebe a mesma atenção dos nossos governantes, porque eles sabem, tem consciência de que a educação liberta. E para que eles continuem reinando e se elegendo a cada novo pleito, não convém libertar o povo. É que a nossa classe dirigente sabe muito bem que o povo oprimido é submisso.

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