O estado do Piauí ninguém respeita. Até o presidente da república, quando quer criticar o Senado, escolhe um senador piauiense como seu alvo preferencial. Vejam só o que disse Lula: "É preciso melhorar o nível. Chega de Mão Santa [senador do PSC pelo Piauí] e de outros senadores". O senador Mão Santa que se destaca no Senado por ser tido como folclórico, uma personalidade que não deve ser levada a sério.
Porque logo o senador Mão Santa (PSC-PI), Lula escolheu para demonstratar todo o seu descontentamento contra o Senado, quando existem senadores muito mais expressivos e que fazem oposição sistemática ao governo Lula, como, por exemplo, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM)? É que Mão Santa não tem peso político nacional, capaz de uma critica do presidente Lula a esse senador possa repercutir nacionalmente. Querem um exemplo? O que disse Lula a respeito de Mão Santa repercutiu só no estado do senador. Lula nesse evento não queria criar polêmica, mas simplesmente agradar aos paranaenses.
O senador Mão Santa só usa de bravatas contra o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) na imprensa piauiense, porque lá em Brasília ou em qualquer outro canto do país, ele não teria a coragem de se colocar frontalmente contra Lula, que como todo mundo sabe é hoje em dia um dos maiores amigos do senador José Sarney (PMDB-AP), porque Mão Santa tem verdadeira adoração. E se Sarney tiver que optar entre Mão Santa e Lula, é claro que o senador amapaense ficará com o presidente da república. Essa postura de Mão Santa contra o PT no estado do Piauí, lá em Brasília é encarada como um problema regional, que não deve ser levada a sério.
O tipo engraçado, o apelo excessivo à religiosidade e o amor de perdição devotado a sua esposa pelo senador Mão Santa, ao invés de emprestar maior credibilidade a esse senador, muito pelo contrário, toda vez que ele insiste nessa demagogia, mais votos ele perde. É que Mão Santa não sabe dosar o seu discurso e os seus assessores não tem coragem para admoestá-lo e chamá-lo a razão. A minha avó Isabel com os seus pendores filosóficos sempre me dizia: "Meu querido neto, na vida tenha muito cuidado para abusar do exagero, porque tudo demais é sobra. Usar de parcimônia é o mais recomendável. Pense sempre nisso que lhe digo".
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