quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dificuldades marcam universitário pobre

Uma pesquisa realizada no Instituto de Psicologia da USP mostra que estudantes pobres que conseguem ingressar em uma universidade privada apresentam dificuldades para se manter no curso, mesmo quando recebem bolsas de estudo. Isso ocorre tanto por questões financeiras, como pelo baixo conteúdo educacional adquirido desde o ensino básico, fato que prejudica o acompanhamento do curso.

Para a pesquisadora é preciso pensar no caráter mercantilista da educação

Segundo a autora do trabalho, a psicóloga Jaqueline Kalmus, esses estudantes se sentem vítimas de um engodo: apesar de terem passado por todos os estágios da educação — ensino fundamental e médio, além de um exame vestibular — o conhecimento adquirido por meio dessa educação formal não foi suficiente para integrá-los plenamente na universidade. Ao mesmo tempo, o conhecimento de vida que essas pessoas têm muitas vezes é desvalorizado no ambiente universitário.

“Além do diploma que pode garantir um futuro melhor, essas pessoas também procuram na universidade uma condição de respeito que lhes é negada diariamente pela sociedade”, aponta Jaqueline. Segundo ela, parte desses estudantes apresentavam muita dificuldade para acompanhar o curso e as leituras propostas. “Eles se sentiam incluídos apenas parcialmente no mundo universitário”, completa.

Para os entrevistados, cursar uma universidade representava muito mais do que conseguir um diploma para o ingresso e permanência no mercado de trabalho: era uma maneira de serem respeitados pela sociedade, saindo da condição de subalternidade determinada pela estrato social. (USP notícias)

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