quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um discurso corajoso, independente e muito lúcido


Um discurso corajoso, independente, muito lúcido e com senso de oportunidade.  
 
Com diz o compositor e cantor paraibano Geraldo Vandré, na música Pra não Dizer que Não Falei das Flores, que quem sabe faz a hora e não espera acontecer, o governador reeleito Eduardo Campos (Dudu Beleza), ao conceder entrevista à revista Veja de número 2192, surpreende o país, com um discurso corajoso, independente e muito lúcido. Surpreendente, porque, ele sempre se alinhou automaticamente com Lula, dando a falsa impressão de que era um político sem personalidade própria, sem opinião própria e um admirador incondicional de Sua Excelência o presidente da república.

Nessa entrevista concedida a Veja pelo governador do estado de Pernambuco, o jornalista Leonardo Coutinho, na sua introdução, começa citando Eduardo Campos, com ele afirmando que condena o loteamento de cargos, o corporativismo e defende a meritocracia. Tudo que o governo Lula sempre valorizou, com exceção da meritocracia.

Nesse seu discurso radical para os padrões de que se alinha automaticamente com o governo, o pernambucano Eduardo Campos, radicaliza ainda mais, ao dizer: "Não podemos mais aceitar que os ocupantes de postos públicos sejam nomeados por oligarcas, coronéis e chefetes políticos" e vai mais além: "Não é mais possível aceitar o fracasso de um gestor só porque ele pertence a um partido aliado".

Ao ser perguntado sobre o papel do PMDB no governo Dilma Rousseff, Eduardo Campos disse que o PMDB terá o seu lugar nesse governo, mas a presidente não pode deixar que esse partido faça o que bem entender - aliás, nem o PMDB e nem o PT, nenhum partido. Dilma terá que de impor seu programa, e quem fizer parte do governo terá de segui-lo. "O governo não pode mais ser aparelho de partido nenhum. Se ela não impuser esse tom, perderá o controle da situação".

Com essa sua nova postura de independência, o governador Eduardo Campos, se habilita para em 2014, disputar a presidência da república, porque ele se revelou nessa entrevista, um político sagaz, muito consciente do seu papel, do  momento histórico que o país está vivendo e quando  foi preciso marcar posição, ele o fez, se posicionando inclusive contra a reedição da CPF. Parte da oposição gostou do seu discurso, só discordando, da sua  proposta de chamamento a conciliação nacional, pois como todo mundo sabe, o PT nos momentos bons, sempre tripudiou a oposição. Agora, o PT que se vire para enfrentar a borrasca que está se formando no horizonte.    

Em linhas gerais, essa entrevista às paginas amarelas da revista Veja, foi muito boa, porque até aqui nenhum político tinha falado tão francamente, com uma visão progressista, inovadora e futurista. Nem José Serra ousou tanto.

siga no Twitter ao blog Dom Severino ( severino-neto.blogspot.com) @domseverino

Um comentário:

ligia disse...

PODE SER QUE DEPOIS DESTE DISCURSO APAREÇAM SEGUIDORES DELE.POIS É ISSO QUE TODOS NÓS AGUARDAMOS. E AGRADECEMOS MUITO PELA INICIATIVA DO MESMO