A paz permanente nos “morros” não passa de uma quimera

A pacificação dos morros cariocas, que o governo do estado do Rio de janeiro pretende conquistar, com a ajuda das Forças Armadas, não passa de um sonho, uma vez que ao se combater a violência com armas, em médio prazo, o resultado resultará o inverso, pois ocorre que com a invasão dos morros pelas Forças Armadas e as policias, os traficantes migram para outras regiões da cidade do Rio de Janeiro e até para outros estados da federação, para depois se reagruparem.

O combate efetivo da violência se faz investimentos maciços em políticas públicas de grande alcance social e de ação permanente em áreas estratégicas, como educação, saúde, saneamento básico e no controle da natalidade.

A aventura carioca foi longe demais, com o crime organizado em algumas áreas dessa cidade que poderia ser maravilhosa, se viver nela não fosse viver perigosamente, fazendo às vezes do estado oficial. O estado paralelo no Rio de Janeiro é uma realidade, com o narcotráfico criando empregos e em alguns momentos, praticando clientelismo e assistencialismo, a moda dos políticos, o que garante ao crime organizado manter uma base de apoio.  

Se a cidade do Rio de Janeiro, neste momento já passa por um problema dessa magnitude, depois que as obras das Olimpíadas e da Copa do Mundo forem concluídas, o problema da violência assumirá uma dimensão ainda maior, haja vista, o desemprego que acontecerá com fim das obras. Com os trabalhadores que foram atraídos de todos os recantos do país, para trabalharem temporariamente no estado do Rio de Janeiro, ficando sem emprego e sem condições de voltarem para os seus lugares de origem, tentando sobreviver de alguma maneira, o que os torna uma presa fácil do crime que ao expandir-se, necessita cada vez mais de mão de obra.

Os sucessivos governos brasileiros, ao priorizarem o desenvolvimento das regiões Sul e Sudeste, acabaram dando presentes de gregos para os estados que integram essas duas regiões, que por serem os mais desenvolvidos do país, acabaram sendo desaguadouros naturais de desempregados e retirantes nordestinos.  

A região Nordeste, em que pese o seu incipiente desenvolvimento econômico e social, as pessoas ainda vivem num mundo menos cruel e perigoso, como vivem os brasileiros que habitam a região Sudeste.

No desequilíbrio regional, reside uma das principais causas da violência que toma conta de estados como Rio de Janeiro e São Paulo, os campeões da violência no Brasil. 

Em TemPo: 

O Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, é neste momento um potencial candidato a sucessão do governador do estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral.

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