O ministro da
Ciência e Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta
quarta-feira (7) o caráter estratégico dos investimentos feitos no Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Segundo o ministro, por estar
localizada em uma península a apenas dois graus de latitude da linha do
equador, a base de Alcântara representa eficiência técnica não só na área de
lançamento de foguetes, mas também de segurança.
“Alcântara é a
base melhor posicionada no mundo para o lançamento de foguetes de órbita
equatorial”, afirmou Mercadante, que participou de audiência pública na
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. Ele explicou que a
localização em baixa latitude reduz em cerca de 30% o gasto de combustível nos
lançamentos. Além disso, por estar em uma península, a base também torna quase
nulo o risco de acidentes com consequências para regiões próximas.
O ministro pediu o
envolvimento de parlamentares no projeto, a fim de garantir mais recursos no
Orçamento de 2012 para a conclusão das obras em Alcântara. O projeto
orçamentário, enviado pelo Executivo, prevê R$ 82 milhões, mas a estimativa de
gastos com as obras é de cerca de R$ 500 milhões.
Segundo o
ministro, em torno de R$ 200 milhões já foram investidos na Alcântara Cyclone
Space - empresa binacional (Brasil-Ucrânia) criada em 2007 para desenvolver
tecnologia aeroespacial. Ele destacou, porém, a necessidade de acelerar as
obras de Alcântara para permitir o lançamento do foguete de grande alcance
Cyclone-4 em novembro de 2013.
O objetivo
principal do Cyclone-4 é permitir a exploração do mercado de lançamentos
satélites, que movimenta, segundo o ministro, US$ 200 bilhões. “Cerca de 70% do
foguete já está pronto e esperamos que as obras possam continuar em ritmo
acelerado para cumprirmos o cronograma de lançamento”, disse Mercadante.
O ministro
acrescentou que o investimento na base de Alcântara vai permitir ao País
aprimorar os sistemas de telecomunicações, de monitoramento terrestre e de
meteorologia, assim como o sistema de alerta contra desastres naturais.
Ucrânia
O deputado Claudio
Cajado (DEM-BA) ressaltou a importância da Ucrânia como parceira do Brasil na
área. “Tive a oportunidade de visitar a Ucrânia por cinco vezes e constatei que
existe lá uma enorme capacidade ociosa de recursos humanos”, disse Cajado.
Para ele, essa é
uma oportunidade de o Brasil garantir mão de obra especializada para capacitar
seu próprio pessoal. “Principalmente se considerarmos o momento de crise na
Europa”, observou.
Já o deputado
Eduardo Azeredo (PSDB-MG), que propôs a audiência, defendeu o uso estratégico
de Alcântara como reforço da independência do País em termos de defesa
nacional. “Não temos até hoje um satélite exclusivamente brasileiro, uma vez que
tudo o que temos faz parte de parcerias com outros países”, disse o
parlamentar, que também defendeu a inclusão de mais recursos no Orçamento para
a base de Alcântara.
Empresas
O ministro Aloizio
Mercadante disse ainda que o setor privado brasileiro precisa mudar de atitude
em relação aos investimentos em ciência e tecnologia. “Criamos uma cultura
passiva. Os empresários ainda acham que, para modernizar, basta importar uma
máquina moderna”, disse.
Segundo ele, o
setor privado brasileiro investe 0,3% do PIB em pesquisa e desenvolvimento. “A
Finlândia investe quase 4% do PIB; o Japão, quase 3%. Nos dois casos, a maior
parte vem do setor privado”, comparou.
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