domingo, 11 de dezembro de 2011

Nós somos todos uns canalhas, com raríssimas exceções


“O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte (Nelson Rodrigues).

Eu sou tu és ele é nós somos todos uns canalhas. Quem não for um canalha que atire a primeira pedra.  E essa nossa vergonhosa condição, dificilmente será abolida da vida nacional, porque cada um de nós serve como exemplo para os nossos filhos, netos, bisnetos e tataranetos.

O filho que usufrui da riqueza de um pai canalha e aprende no convívio familiar, o que se deve fazer para tornar-se rico, viver bem sem fazer nenhum esforço, bastando apenas usar de muita esperteza, malandragem e mau caratismo; a lógica nos ensina que esse filho será também um canalha, por herança genética, cultural e assimilação de valores domésticos.

No Brasil, magistrados vendem sentença, políticos corrompem e são corrompidos, policiais vivem vida dupla, trabalhando para o Estado e para a contravenção, os pastores, apóstolos e padres mentem para os crédulos aos lhes prometerem os reinos do céu, jornalistas aceitam participar de café da manhã ofertado por políticos, os traficantes bancam casas de repouso para velhos desamparados e creches para as crianças pobres do morro, os médicos fazem uma consulta em 15 minutos para poderem atender o maior número de pobres.

Aos domingos os templos ficam abarrotados de pessoas que precisam passar para a opinião pública a imagem de pessoas acima de qualquer suspeita e com isso tentar aquietar as suas consciências. Ao chegar e ao saírem, esses "atores", distribuem esmolas aos mendicantes que se encontram postados nas portas da casa de Deus.

As exceções no Brasil são os pobres, os medrosos e aqueles que nunca tiveram a oportunidade de se locupletarem de algum modo.

Muitos estudiosos da natureza do povo brasileiro atribuem aos portugueses que colonizaram o Brasil e a miscigenação, a responsabilidade por nós termos um caráter macunaimico. Isso quer dizer, que nós não temos culpa do que somos.

Para salvar o Brasil, só aplicação de leis rigorosas e a decretação do fim da impunidade. Mas como aplicar as leis de modo a inibir a nossa natureza, se quem as aplica - é um de nós. Assim fica muito difícil salvar o nosso país.

siga no Twitter e no Facebook ao blog Dom Severino ( severino-neto.blogspot.com) @domseverino 

Nenhum comentário: