domingo, 5 de fevereiro de 2012

Manifesto das mulheres livres


Nós as mulheres brasileiras, nas últimas três décadas avançamos bastante em termos de conquistas femininas, mas não o suficiente para nos julgarmos mulheres livres e em pé de igualdade com os homens.

No Brasil, nós as mulheres ainda percebemos salários menores que os dos homens, embora desempenhemos funções iguais. No ambiente domestico, nós ainda somos tratadas pelos homens como seres inferiores e submissos, que não podem contrariar a vontade dos seus companheiros. Muitas das vezes vamos pra cama sem vontade e desejo de fazer sexo, indo apenas para satisfazê-los.

A cada ano que passa, as estatísticas apontam um aumento crescente no número de mortes de mulheres indefesas, crimes esses praticados via de regra por homens que não admitem serem abandonados e contrariados, quando a relação a dois deixou de ser interessante e prazerosa à mulher.  Como se ao homem recusado fosse concedido o direito de ele fazer uso ou ter sobre a mulher que ele escolheu como companheira, todos os direitos, inclusive de retirar-lhe a vida.  

A mulher tem o direito de fazer o uso do seu corpo como bem entender. Não sendo obrigada a satisfazer os desejos do seu marido ou amante quando não se sentir disposta e motivada para fazê-lo, porque toda vez que isso acontecer, ela estará violentando o seu próprio corpo e vontade.

A mulher no Brasil ainda é vista apenas como um objeto de reprodução e uma máquina de prazer que existe para garantir e povoar o nosso planeta, muitas das vezes de seres indesejados.    

Nós as mulheres livres, conscientes das nossas obrigações, deveres e direitos, marchamos ao do lado daqueles julgamos está com a verdade, como por exemplo, ao lado dos policiais militares em greve que lutam por isonomia salarial, com os policias e bombeiros do Distrito Federal (DF), que percebem três vezes mais que policiais e bombeiros do estado do Rio de Janeiro. Nós também nos alinhamos com os estudantes que lutam pelos seus direitos, como por exemplo, defender a redução dos preços das passagens de ônibus.

A mulher que não pensa com a sua própria cabeça e não tem a coragem de dizer não e de contrariar os seus algozes, essas são as mulheres mariazinhas, que com as suas pusilanimidades, ajudam a fortalecer nos homens machistas e brutos, a firme convicção de que as mulheres para nada servem, a não ser servir como mulheres dóceis, submissas e sem vontade, aos homens.

Nós que integramos o movimento mulheres livres, defendemos a completa emancipação da mulher, que começa pela busca da independência financeira e se fortalece, quando adquirimos a consciência de que ter filhos não significa uma realização pessoal e muito menos uma obrigação da mulher para continuação e perpetuação da espécie. Sobretudo agora, quando já se produz o ser humano em laboratório.

Não custa anda insistir na tese de que a conquista da verdadeira liberdade começa com a profissionalização, com a independência financeira e a não procriação. Numa palavra, se dedicar ao estudo e ao conhecimento acima de tudo.

Tomaiza Arouche - pelo movimento

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