Nós as mulheres brasileiras, nas últimas três décadas
avançamos bastante em termos de conquistas femininas, mas não o suficiente para
nos julgarmos mulheres livres e em pé de igualdade com os homens.
No Brasil, nós as mulheres ainda percebemos salários menores
que os dos homens, embora desempenhemos funções iguais. No ambiente domestico,
nós ainda somos tratadas pelos homens como seres inferiores e submissos, que não
podem contrariar a vontade dos seus companheiros. Muitas das vezes vamos pra
cama sem vontade e desejo de fazer sexo, indo apenas para satisfazê-los.
A cada ano que passa, as estatísticas apontam um aumento crescente
no número de mortes de mulheres indefesas, crimes esses praticados via de regra
por homens que não admitem serem abandonados e contrariados, quando a relação a
dois deixou de ser interessante e prazerosa à mulher. Como se ao homem recusado fosse concedido o
direito de ele fazer uso ou ter sobre a mulher que ele escolheu como
companheira, todos os direitos, inclusive de retirar-lhe a vida.
A mulher tem o direito de fazer o uso do seu corpo como bem
entender. Não sendo obrigada a satisfazer os desejos do seu marido ou amante
quando não se sentir disposta e motivada para fazê-lo, porque toda vez que isso
acontecer, ela estará violentando o seu próprio corpo e vontade.
A mulher no Brasil ainda é vista apenas como um objeto de
reprodução e uma máquina de prazer que existe para garantir e povoar o nosso
planeta, muitas das vezes de seres indesejados.
Nós as mulheres livres, conscientes das nossas obrigações,
deveres e direitos, marchamos ao do lado daqueles julgamos está com a verdade,
como por exemplo, ao lado dos policiais militares em greve que lutam por
isonomia salarial, com os policias e bombeiros do Distrito Federal (DF), que
percebem três vezes mais que policiais e bombeiros do estado do Rio de Janeiro.
Nós também nos alinhamos com os estudantes que lutam pelos seus direitos, como por
exemplo, defender a redução dos preços das passagens de ônibus.
A mulher que não pensa com a sua própria cabeça e não tem a coragem
de dizer não e de contrariar os seus algozes, essas são as mulheres mariazinhas,
que com as suas pusilanimidades, ajudam a fortalecer nos homens machistas e brutos,
a firme convicção de que as mulheres para nada servem, a não ser servir como mulheres
dóceis, submissas e sem vontade, aos homens.
Nós que integramos o movimento mulheres livres, defendemos a
completa emancipação da mulher, que começa pela busca da independência financeira
e se fortalece, quando adquirimos a consciência de que ter filhos não significa
uma realização pessoal e muito menos uma obrigação da mulher para continuação e
perpetuação da espécie. Sobretudo agora, quando já se produz o ser humano em
laboratório.
Não custa anda insistir na tese de que a conquista da
verdadeira liberdade começa com a profissionalização, com a independência
financeira e a não procriação. Numa palavra, se dedicar ao estudo e ao
conhecimento acima de tudo.
Tomaiza Arouche - pelo movimento
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