quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A poesia segundo Celso Borges

mea  culpa

falo  blasfemo  grito
como  se  tudo  já  tivesse  sido  dito
em  vão

palavras  loucas ouvidos  moucos

eu  sei
do  céu  ao  chão
do  sol  ao  léu

o  réu  sou  eu

declaração inteira

tenho dez almas:

uma de carne
onde me exponho aos instintos.

a segunda entrego ao zelador
par que o espanador a inflame.

a terceira
quarta
quinta
sexta
sétima
oitava
entrego-as à mulher amada
para seu domínio completo

a nona carrego comigo
para sustentar o que de solidão exala

a décima
o que sobra dessa solidão

Celso Borges é um poeta maranhense, nascido em São Luís do Maranhão

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