“Uma coisa é um país, outra coisa é um ajuntamento” (Afonso
Romano de Sant`anna)
No poema Que País é Este, o poeta
mineiro Afonso Romano de Sant`anna revela toda a sua perplexidade, para com um
país, que apesar de ter mais de 500 anos de existência, ainda vive de improviso
e do famoso e peculiar jeitinho brasileiro, que permite aos seus filhos ir se
virando e driblando as vicissitudes de uma vida marcada sempre por começos e
re-começos. Um país que em vez de andar para frente, em determinado momentos
nos apercebemos de que anda para trás como caranguejo. Um país que continua
patinando num lodaçal da imoralidade, da sem cerimônia e da desfaçatez. Um país
que se diz do futuro. Só que esse futuro nunca chega. O Brasil nunca foi um
país na verdadeira acepção da palavra, quando muito, um ajuntamento de pessoas
sem objetivos comuns, com cada uma delas, sobrevivendo a sua maneira e levando
a vida sem perspectivas de dias melhores e sem projetos de vida que lhes
permita driblar o determinismo histórico. O Brasil e os brasileiros andam em
círculos e assistindo a sucessão de fatos que remetem aos seus primórdios. As
eleições das duas casas do Congresso Nacional que acontecem no mês de fevereiro
são exemplos das repetições de fatos. (Tomazia Arouche)
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