A música não é apenas um som. Sua experiência sensitiva não pode
limitar-se aos ouvidos. Não pode ser apenas esse o compromisso de um artista
que escolhe a música para expressar suas emoções. Talvez seja esse o meu último
aprendizado nesta relação tão apaixonante e prazerosa que insisto em viver com
as canções das coisas e das pessoas.
É diferente quando você conhece a música e desconhece sua fonte
inspiradora, sua origem, ou mesmo sua real intenção. Isso não é ruim, e nem tem
tanta importância assim. Sempre encontramos uma roupa para o nosso humor do
dia, e as pessoas costumam usar as suas trilhas sonoras desta forma. O fato é
que, estabelecemos outra percepção artística do que ouvimos/sentimos quando nos
aproximamos um pouco mais de sua fonte, do seu autor, um pouco mais da sua vida
até. As coisas caem um pouco no campo orgânico da vida, sem os ensaios e as
luzes dos palcos. Não é uma relação comum entre público e artista, mas pode
acontecer. E esse é o grande prazer de viver um pouco onde as coisas acontecem,
onde as coisas nascem. E foi assim que vivemos o primeiro disco desse talentoso
rapaz que tive o prazer de conhecer através da arte. Um jovem que tira da
música a graça para entender suas ideias.
Phill Veras é de São Luis do Maranhão, terra de meu querido Zeca Baleiro
e da Marrom. Autodidata e disciplinado, desde os seus 14 anos não para de
compor e criar suas melodias. Não foi ele que entrou na música, foi a música
que entrou nele. E é possível perceber isso claramente na sua relação com a
composição e até no encaixe com o violão e sua fácil adaptação musical em
parcerias. Qualquer um faz um som com Phill Veras e vice versa. Fica claro que
há uma força maior comandando tudo, e ela se chama música. Assim como toda sua
geração, é nítida suas influencias, e não vamos falar delas e da repetição
crítica e desgastada que vivemos hoje, na tentativa de enquadrar referências.
Apontamos como talento, sua originalidade autoral, sua fácil transferência
poética e simplicidade de nos colocar rapidamente dentro do seu universo
sonoro. Sem o menor esforço. E ele só tem 21 anos.
Seu jeito “relax” e despretensioso faz parte do estilo boêmio
maranhense, mesmo jovem, Phill parece adaptar-se mais facilmente ao que te traz
mais paz. E suas canções partem deste céu, mesmo para dizer coisas um pouco
mais densas. Ele optou pelo sutil, embora nada disso possa defini-lo, ainda.
Afinal, ele acaba de iniciar sua caminhada para desenhar sua identidade
artística (ou não). E foi por isso que ele veio parar aqui na musicoteca.
Encontramos esse talento por indicação de seu amigo, Arthur Costa, e foi
paixão de cara. Descobrimos então que o rapaz ainda não havia compilado nada de
suas mais de 70 lindas canções. Então corremos para produzir tudo, pois
queríamos muito apresentá-lo à todos vocês. E aí está. O primeiro disco do
Phill Veras exclusivo para vocês, leitores musicoteca que adoram novidades musicais.
Quase todo feito pela musicoteca, só não cantamos.
Sem definições, clichês e comparações, adoramos sua música… Phill está
chegando na cena e vai passar por vários ouvidos e críticas, mas vai encontrar
fácil fácil, seu lugar na casa daqueles que sabem receber a boa música. Espero
que gostem desse lindo presente e que continuem experimentado os infinitos
sabores da nossa música brasileira. A novidade tem sempre um sabor diferente.
Com vocês… Phill Veras! (Web Mota)
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