sexta-feira, 11 de abril de 2014

Imagens da NATO mostram que a Rússia tem um exército de grande dimensão pronto a agir junto à fronteira com a Ucrânia

Secretário-geral da Aliança Atlântica defende que devem ser tomadas "medidas suplementares" que podem incluir novos reposicionamentos de tropas e equipamentos

A NATO revelou imagens de satélite que mostram o reforço da concentração de tropas russas junto à fronteira com a Ucrânia. Nas imagens, vê-se uma grande concentração de aviões de combate, de helicópteros, de artilharia, de infantaria e de homens das forças especiais que fontes oficiais dizem estar preparadas para agir num prazo de 12 horas.
As imagens mostram filas de tanques e de veículos armados a 50km da fronteira do Leste da Ucrânia. As imagens da NATO foram tiradas nas duas últimas semanas e a Aliança Atlântica especifica que há armamento em cerca de cem zonas que, em Fevereiro, estavam vazias.
Uma dessas zonas é a base aérea de Buturlinovka, que estava praticamente desocupada e agora alberga dezenas de caças. Outra é Belgorod, onde estão agora estacionados 20 helicópteros e que, segundo a BBC e o New York Times, citando fontes oficias, pode ser à base de ataque de uma eventual operação devido à sua proximidade com a Ucrânia.
“Trata-se de uma força significativa e pronta para avançar”, disse à BBC o brigadeiro Gary Deakin, que dirige o centro de operações de crise da NATO em Mons, na Bélgica. “Tem capacidade para se deslocar rapidamente para dentro da Ucrânia mal receba ordens.”
As imagens da NATO revelam que se trata de uma força invasora e não de tropas em “exercício”, como Moscou tem defendido. Há também perto de 40 mil soldados estacionados junto à fronteira ucraniana.
Já nesta sexta-feira, o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen - que sai do cargo em Outubro - defendeu que a Aliança deve responder às movimentações russas adotando "medidas suplementares" como a deslocação de tropas para zonas estratégicas e a realização de exercícios militares.
A crise na Ucrânia já levou a NATO a reforçar o policiamento aéreo nos estados bálticos e a enviar aviões-radar Awacs para a Polônia e para a Romênia. Também foi reforçada a vigilância naval no Mar do Norte, disse Rasmussen em Sofia. "Mas penso que temos que tomar medidas suplementares e, de acordo com as recomendações das nossas autoridades militares, vamos discutir o assunto nos próximos dias e semanas".
"Esta reflexão poderá incluir uma evolução dos nosso planos de defesa, o reforço dos exercícios e o deslocamento apropriado [de tropas]", disse , Rasmussen sublinhando contudo que não está sobre a mesa uma "opção militar". "A NATO defende e protege os seus aliados e adotaremos as medidas necessárias que assegurem que essa defesa coletiva seja eficiente". O secretário-geral voltou a dizer que todas as decisões da NATO são "legitimas perante a instabilidade criada pelas ações ilegítimas da Rússia". com P Público

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