sexta-feira, 12 de junho de 2015

O homem imoral ou amoral



O consagrado historiador brasileiro Sérgio Buarque, escreveu sobre a cordialidade do povo brasileiro, mas não tratou nos seus estudos sobre o homem brasileiro, no seu aspecto moral. É que o que brasileiro tem de cordial, ele tem na mesma proporção de imoral ou amoral, o que faz de nós um povo de caráter macunaímico, como bem descreveu Mário de Andrade, no seu livro Macunaíma, cujo personagem principal é um herói sem nenhum caráter, uma espécie de homem cordial que convive com atitudes torpes.

O politico brasileiro encarna esse nosso caráter ambíguo, confuso e duvidoso. Para percebermos o comportamento não confiável dos nossos representantes nos parlamentos, basta comparar os seus discursos de campanha com a suas ações práticas. É que via de regra o político nacional não cumpre o que promete e geralmente anda envolvido com corruptores. É óbvio que existem as exceções. Que são raras, mas existem!

Para que o Brasil chegue a ser reconhecido como um país decente, é preciso que a impunidade seja banida da vida nacional, com a aplicação das leis hoje existentes, de modo exemplar e pedagógico, porque só assim o homem brasileiro agirá com base na moral e na ética. Mas, ocorre que quem aplica as leis são brasileiros que tem uma mesma natureza e cultura idêntica do elemento que senta no banco dos réus. Como o nosso problema é de ordem moral e a conduta moral é a soma da natureza do ser humano e a sua cultura, nós os brasileiros somos forçados a admitir que para o nosso problema não existe solução. Pobre de nós!

por Juvêncio Constantino Seabra

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