O consagrado historiador brasileiro Sérgio Buarque,
escreveu sobre a cordialidade do povo brasileiro, mas não tratou nos seus
estudos sobre o homem brasileiro, no seu aspecto moral. É que o que brasileiro
tem de cordial, ele tem na mesma proporção de imoral ou amoral, o que faz de
nós um povo de caráter macunaímico, como bem descreveu Mário de Andrade, no seu
livro Macunaíma, cujo personagem principal é um herói sem nenhum caráter, uma
espécie de homem cordial que convive com atitudes torpes.
O politico brasileiro encarna esse nosso caráter
ambíguo, confuso e duvidoso. Para percebermos o comportamento não confiável dos
nossos representantes nos parlamentos, basta comparar os seus discursos de
campanha com a suas ações práticas. É que via de regra o político nacional não
cumpre o que promete e geralmente anda envolvido com corruptores. É óbvio que
existem as exceções. Que são raras, mas existem!
Para que o Brasil chegue a ser reconhecido como um país
decente, é preciso que a impunidade seja banida da vida nacional, com a
aplicação das leis hoje existentes, de modo exemplar e pedagógico, porque só
assim o homem brasileiro agirá com base na moral e na ética. Mas, ocorre que quem
aplica as leis são brasileiros que tem uma mesma natureza e cultura idêntica do
elemento que senta no banco dos réus. Como o nosso problema é de ordem moral e
a conduta moral é a soma da natureza do ser humano e a sua cultura, nós os
brasileiros somos forçados a admitir que para o nosso problema não existe solução.
Pobre de nós!
por Juvêncio
Constantino Seabra
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