Nas democracias representativas, o povo se ilude ao
pensar que ao votar e eleger vereadores, deputados estaduais, deputado federal
e senadores será representado nos respectivos parlamentos. E quanto mais
subdesenvolvido o país, menos representado o povo será no Congresso Nacional,
nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais, porque, o político se elege
geralmente na base da troca de voto por pequenos favores.
No estado do Piauí, por exemplo, onde a democracia se pratica
pela metade, o povo vive abandonado a sua própria sorte, porque aqueles que se
dizem seus representantes, não os representam, pois são comprometidos com as
grandes corporações que financiam as suas campanhas em troca da defesa feita no
parlamento ou junto ao Poder Executivo dos seus interesses, nem sempre legítimos.
A bem da verdade, o povo brasileiro não tem acesso aos
parlamentares que elegeu – o que impede o eleitor de cobrar do parlamentar as
promessas feitas nos palanques ou no corpo a corpo com o eleitor. Promessas de natureza individual ou coletiva.
Cito como exemplo de orfandade política, o eleitor
sanraimundense, que não tem na Assembleia Legislativa do Estado do Piauí e na
Câmara Federal quem defenda os seus interesses, como o acesso à água e
atendimento médico de qualidade, pelo menos aceitável.
A falta de comprometimento do político brasileiro com
mandato, para com o povo, talvez explique o voto obrigatório. É que se o povo
não fosse obrigado a votar, ele não sairia da sua casa para votar num candidato
que ele sabe de antemão, que se eleito, não honrará os compromissos de campanha.
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