“Nós
estamos vivendo um tempo do pensamento único. Um pensamento que não admite questionamento
e critica. É o pensamento do capitalista que se impõe por discurso que nos induz
ao consumo e nos faz acreditar que consumir é preciso, mesmo que o trabalhador esteja
desempregado. E ninguém ousa gritar: sem renda não tem como consumir, a não ser que o sujeito roube”. (Tomazia Arouche)
O que mais preocupa o governo federal, além é claro, do
processo de impeachment, é o aumento do desemprego em todo o país. Um problema
que tende a se agravar, com a desaceleração da economia chinesa, a segunda
maior economia do Planeta.
A crise financeira que se abateu sobre o país, ainda um reflexo
da crise financeira internacional que começou em 2008, obrigou o governo federal
a rever algumas políticas, como por exemplo, a da desoneração da produção, de aumento
de juros, da manutenção artificial dos preços dos derivados de petróleo e de
energia elétrica. Isso fez explodir a inflação que ultrapassou a casa dos dois dígitos,
o que impactou o mercado de trabalho negativamente, provocando a queda bastante
acentuada do consumo e a consequente redução da produção.
Um país que convive com um crescimento ainda alto nas
classes C, D e E, o que obriga uma cada vez maior geração de emprego, não pode
se dar ao luxo de usar robô, computador e outras tecnologias em larga escala na
indústria, comercio, agricultura e no setor de serviços. Como por exemplo, uma
tecnologia que substitui os cobradores de ônibus. Nos EUA não existe mais a
figura do abastecedor de veículos. O cliente mesmo abastece o seu próprio
veículo. Isso representa menos emprego formal.
Com base nesses relatos é fácil concluir que sem que haja
um pacto pelo trabalho, o homem se tornará obsoleto, sem lugar no mundo e como
alternativa só lhe restará ingressar no exército, na indústria e no mercado da
contravenção. Um mercado de trabalho flexível, onde o trabalhador trabalha pouco,
ganha relativamente bem e ainda recebe uma cota de alucinógeno que lhe permite
fugir da realidade cruel que o rodeia.
No capitalismo, o lucro justifica a eliminação do homem da linha
de produção, do chão da fábrica e dos salões de vendas. Com a venda de produtos
pela Internet, as lojas existentes nos estados não produtores tendem a
desaparecer.
por Saint Clair Collares Moreira
por Saint Clair Collares Moreira
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