Ao provisório
governo de Michel Temer não interessa reforma política
“Para além da crise política conjuntural, salta aos olhos o esgotamento do sistema político, eleitoral e partidário. A distância colossal entre sociedade e representação, as mazelas da fragmentação partidária, o jogo chantagem-concessões-cooptação do desgastado presidencialismo de “coalizão”, o financiamento de campanha como uma das raízes da corrupção, a demagogia e o corporativismo impedindo as reformas inadiáveis são mostras eloquentes de que é preciso retomar com vigor a agenda da reforma política”. (Marcus Pestana é deputado federal)
É quase uma unanimidade nacional, o sentimento de que o
país precisa urgentemente fazer uma reforma política. Mas, quem deveria tomar a
iniciativa de propor uma reforma política ao país, no caso o presidente provisório
Michel Temer não tem nenhum interesse e propô-la, porque está muito mais
interessado em permanecer no poder e para que isso ocorra, o mais importante
agora é garantir a governabilidade. Uma governabilidade que se sustenta na base
do toma lá dá cá.
O sistema político brasileiro deve mudar, porque o modelo
vigente está saturado. Este é um diagnóstico que todos os líderes partidários
concordam, mas, a reforma política não se realiza, porque, para atuais
mandatários e parlamentares não interessa, uma vez que uma reforma política
séria acabaria com o balcão de negócios que o governante de plantão instala no
Palácio do Planalto, logo após assumir o comando do país.
O ex-presidente Lula e a presidenta afastada, Dilma
Rousseff nunca tiveram interesse em fazer uma reforma política que permitisse
ao país modernizar-se.
Costuma-se dizer no Brasil que a reforma política é mãe de todas as
reformas, mas, nem sempre, as pessoas conseguem alcançar, com melhor clareza, o
real significado dessa afirmação.
Uma reforma política traçaria um novo desenho do sistema político
e eleitoral e determinaria, entre outras coisas, a organização do estado brasileiro, a
natureza do processo político decisório, as funcionalidades dos poderes
públicos, o tamanho de estado e a qualidade da representação democrática.
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