Mal Secreto
Se a cólera que espuma, a dor que
mora
N´alma e destróe cada illusão que
nasce,
Tudo o que punge, tudo o que
devora
O coração, no rosto se
estampasse;
Se se pudesse o espírito que
chora,
Ver através a mascara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja
agora
Nos causa, então piedade nos
causasse!
Quanta gente que ri, talvez,
comsigo
Guarda um atroz, recôndito
inimigo,
Como invisivel chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez,
existe
Cuja ventura unica consiste,
Em parecer aos outros
venturosa!
O poeta Raimundo Correia nasceu a bordo do navio
São Luís, ancorado em águas maranhenses Referindo-se a seu nascimento sobre as
águas, costumava Raimundo dizer de si, pilhericamente, "Sou um homem sem
pátria; nasci no Oceano". Filho de família de classe elevada, foram seus
pais o desembargador José da Mota de Azevedo Correia e Maria Clara Vieira da
Mota de Azevedo Corrêa, ambos naturais do Maranhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário