quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A poesia segundo Ana Cristina Cesar



Cabeceira

Intratável.
Não quero mais pôr poemas no papel
nem dar a conhecer minha ternura.
Faço ar de dura,
muito sóbria e dura,
não pergunto
“da sombra daquele beijo
que farei?”
É inútil
ficar à escuta
ou manobrar a lupa
da adivinhação
Dito isto
o livro de cabeceira cai no chão.
Tua mão que desliza
distraidamente?
sobre a minha mão.


Ana Cristina Cesar foi uma poeta carioca que vive apenas 31 anos, mas tem uma obra relativamente vasta. Em 2106, ela foi homenageada pela 14ª Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP).

Nenhum comentário: