Confissão
Embalde, te juro, quisera fugir-te,
Negar-te os extremos de ardente paixão: Embalde, quisera dizer-te: - não sinto Prender-me à existência profunda afeição.
Embalde! é loucura. Se penso um momento,
Se juro ofendida meus ferros quebrar: Rebelde meu peito, mais ama querer-te, Meu peito mais ama de amor delirar.
E as longas vigílias, - e os negros fantasmas,
Que os sonhos povoam, se intento dormir, Se ameigam aos encantos, que tu me despertas, Se posso a teu lado venturas fruir.
E as dores no peito dormentes se acalmam.
E eu julgo teu riso credor de um favor: E eu sinto minh'alma de novo exaltar-se, Rendida aos sublimes mistérios do amor.
Não digas, é crime - que amar-te não sei,
Que fria te nego meus doces extremos... Eu amo adorar-te melhor do que a vida, melhor que a existência que tanto queremos.
Deixara eu de amar-te, quisera um momento,
Que a vida eu deixara também de gozar! Delírio, ou loucura - sou cega em querer-te, Sou louca... perdida, só sei te adorar. |
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Eu não te ordeno, te peço,
Não é querer, é desejo;
São estes meus votos - sim.
Nem outra cousa eu almejo.
E que mais posso eu querer?
Ver-te Camões, Dante ou Milton,
Ver-te poeta - e morrer.
Não é querer, é desejo;
São estes meus votos - sim.
Nem outra cousa eu almejo.
E que mais posso eu querer?
Ver-te Camões, Dante ou Milton,
Ver-te poeta - e morrer.
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