sexta-feira, 20 de abril de 2018

Da janela da minha sala eu vejo a vida passar


Uma vida ora silenciosa, ora barulhenta, mas é a vida que segue sem tempo para repouso, sem uma pausa para o descaso e sem retroagir

A vida só volta no tempo através da lembrança, algo impalpável, imaterial.

A vida passa veloz, sobretudo na velhice. Os dias passam velozes, os meses e os anos. É que os velhos são por natureza ansiosos. Qualquer coisa lhes rouba a paz e a tranquilidade. É que via de regra, os idosos têm muito com o que se preocupar. Com os filhos, por exemplo, com os netos, com a inevitabilidade da morte e com o seu tempo de vida útil.    

Uma pessoa hoje com 70 anos, se muito terá 10 anos de vida útil, de vida com uma certa autonomia. Isso é o que mais preocupa as pessoas idosas.

Uma vida sem autonomia e presa numa cama, a que interessa? Só aos cuidadores, cuidadoras e aos médicos geriatras.

Alguns velhos tentam enganar a si mesmo, servindo de palhaços, para prefeitos que realizam festas para as pessoas da terceira idade. Muito delas dementes.

Da minha sala eu vejo a vida passando sem entusiasmo e sem otimismo.


A solidão é a maior e a mais permanente companheira da pessoa idosa.
 
Por Tomazia Arouche


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