sexta-feira, 17 de agosto de 2018

A crônica de uma tragédia anunciada


A nossa vida trágica

Por Tomazia Arouche

Envelhecer é aproximar-se do fim trágico, qualquer que seja ele.
Desde que adquirimos consciência do nosso existir que as nossas vidas (no plural mesmo) é marcada pelas tragédias. Tragédias que tanto podem ser particulares como vivenciadas na vida do outro. É que as tragédias dos outros também nos afetam.  
Tudo na vida acaba em tragédia. Até mesmo os grandes amores e as grandes paixões acabam num fim trágico.
O envelhecimento nos dá uma pista de como será o nosso futuro. É que com a velhice nós perdemos energia, força, potencia, entusiasmo e confiança no futuro.  
A falência dos órgãos é outra pista que nos leva a concluir que com a velhice começamos a mergulhar num processo de decadência.
Não há nada de épico, e quiçá de prudente, na velhice natural ou artificial. Na velhice alimentada pelo artificialismo das convenções e da indústria da longevidade é ilusão.  
A nossa tragédia começa no momento que nascemos. O choro do recém-nascido aponta isso.  Cada dia nosso é marcado por agonias. Agonias que sentimos em função das nossas certezas e incertezas.
O que nos protege e conforta é a ilusão de que somos eternos.   


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