Pabllo Vittar desmontado
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Pabllo Vittar montado
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Por André Sollitto/conteúdo da revista Isto É Independente
Após superar seus ídolos e se tornar uma estrela internacional, Pabllo Vittar usa o espaço que conquistou para defender o público LGBTQ do preconceito
Ser a drag queen mais seguida do mundo é uma
responsabilidade que Pabllo Vittar leva muito a sério. Em 2018, a cantora de 24
anos, natural de São Luís, no Maranhão, consolidou uma carreira de rápida
ascensão. Com sete milhões de fãs no Instagram, onde aparece tanto com quanto
sem maquiagem, superou sua maior inspiração, RuPaul. Tem mais de um bilhão de
visualizações em seus vídeos combinados, e lançou seu segundo disco, “Não Para
Não”, que chegou ao topo das paradas brasileiras duas horas após o lançamento.
Todas as 10 canções do álbum ficaram no Top 40 do Spotify brasileiro. Desfilou
no Carnaval carioca pela Beija-Flor e tornou-se ainda a primeira drag queen a
ser indicada para o Grammy Latino por “Sua Cara”, parceria com Anitta e Major
Lazer.
Sua transformação em estrela pop e ícone midiático
aconteceu ao mesmo tempo em que o preconceito direcionado a membros da
comunidade LGBTQ, em sua avaliação, ficou mais forte. Pabllo se tornou a voz do
que chama de “resistência”. “Ser uma artista LGBTQ no Brasil é incrível. Mas
tenho que matar um leão por dia”, disse ela à “Vogue” americana. “Passei por
muitas situações complicadas, mas sou grata porque elas me tornaram uma pessoa
mais forte e confiante”. Em apenas três anos, desde que começou a cantar
profissionalmente, fica claro seu amadurecimento profissional e pessoal.
Além da militância, Pabllo usa o espaço que
conquistou como estrela da música para levar elementos da cultura brasileira
para o mundo. Alguns de seus maiores sucessos mesclam a estética pop americana
com batidas do tecnobrega, levando um estilo regional nascido no Pará para uma
audiência internacional que a conhece principalmente pelas parcerias com
artistas como Major Lazer e Charlie XCX. Em entrevista a sites internacionais
ela costuma repetir que se orgulha de apresentar a cultura musical em que
cresceu. “Não é suficiente amar outras culturas e ignorar a sua”, disse ao site
“Remezcla”. Sente que é seu dever oferecer um modelo que ela mesma nunca teve
quando cresceu, e fica feliz com as mensagens positivas que recebe. “Meu
trabalho é divertido”, disse à “Vogue”, “mas saber que minha música pode mudar
vidas é a melhor parte”.
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