“A violência às vezes é necessária, mas a
meus olhos não há grandeza senão na doçura." (Simone Weil)
“Hay que endurecerse, pêro sin perder Ia ternura jamás.” (Comandante Che Guevara)
A violência do aparato policial reproduz a violência da sociedade.
A violência das escolas reproduz a violência da sociedade e assim
sucessivamente.
A violência praticada por policiais, por carcereiros contra supostos
criminosos e presos sentenciados, provoca uma reação daqueles que vivem à margem
da lei, apelando para a lei do tailão. A lei de talião, do latim lex talionis,
também dita pena de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da
pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta é frequentemente expressa pela
máxima olho por olho, dente por dente. Isso não é bom para o tecido
social, porque acaba provocando uma verdadeira guerra entre os agentes da lei e
transgressores das leis, pessoas que tem parentes, muitas delas nas próprias
corporações.
Não custa nada lembrar que o policial existe
numa sociedade para protege-la e não para matar alguns dos seus membros, mesmo
que a vítima seja um criminoso. Ao policial cabe prender o criminoso e a
justiça julgá-lo e condená-lo. O policial só pode matar em legitima defesa no
caso de um confronto, onde praticar o crime é uma questão de defesa pessoal ou
de um companheiro de farda.
Agora pasmem! O presidente eleito Jair
Messias Bolsonaro elogiou ação policial que terminou com a morte de um suposto
assaltante. Está mais do que provado que só se combate efetivamente a violência
com políticas públicas de grande alcance social. Isso quem afirma são
cientistas sociais (psicólogos, sociólogos e assistentes sociais). Bolsonaro ao
elogiar o policial criminoso, estimula uma violência que provocou a morte de
várias dezenas de policiais, numa reação clara de vingança do criminoso que
sabe que num confronto ele não terá a menor chance de sobrevivência.
Desnecessário dizer que nos presídios brasileiros os criminosos são tratados
com requintes de crueldade e com desumanidade. Os filmes Tropa de Elite I e II
retratam muito bem o preparo e a formação dos nossos policias. É óbvio que em
toda corporação policial existem policias com formação cristã. Ainda bem!
Aqui não fazemos apologia do crime e tão pouco
defendemos criminosos, mas, defendemos o tratamento humano e humanizado ao criminoso.
A lei brasileira defende o princípio do contraditório e da ampla defesa. Essa
garantia só existe nos países verdadeiramente democráticos. Essa manifestação
do presidente eleito funciona como um incentivo à prática de violência que aterroriza
o povo brasileiro.
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