Analisando os impactos iniciais da pandemia e os desafios enfrentados pelos governos, a economista Monica de Bolle, professora da Johns Hopkins University, em Washington, lança o livro Ruptura, o primeiro da série Pilha de Areia, onde ela afirma que a crise econômica será séria e prolongada.
O otimismo do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a nossa recuperação econômica soa para muitos economistas brasileiros exagerado e sem nenhum elemento que justifique esse seu otimismo, porque, nem o mercado interno e tampouco o externo apontam na direção da recuperação economia no curto e no médio prazo.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a retração da economia mundial será de no mínimo entre -3 a -4,9%. Para as autoridades monetárias dos EUA a contração da economia será de 8%. Se o Federal Reserve, o Banco Central do EUA, trabalha com essa perspectiva, o que podemos esperar das economias periféricas que dependem fundamentalmente das economias chinesa e norte-americana? Um cenário infinitamente pior.
O governo brasileiro aposta todas as suas fichas no agronegócio, como sendo a sua tábua de salvação, mas ocorre que se os nossos maiores clientes entram em recessão, automaticamente o Brasil sentirá o impacto nas suas exportações. E é só da venda de commodities que este país vive.
Como a pandemia do novo coronavírus que provocou os impactos e os desafios que o governo brasileiro vem enfrentando, ainda vai durar muito tempo, tudo sugere que nenhuma economia vai se recuperar tão rapidamente como tenta nos fazer crer o presidente Jair Messias Bolsonaro e o seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Trabalhar com o pior cenário é mais realista.
Por Tomazia Arouche
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