quinta-feira, 6 de maio de 2021

Nelson Teich: “deixei o ministério por pressão para recomendar o uso de cloroquina”

 

Eu não diria fui enganado ao assumir o Ministério, mas eu não precisaria de um período longo para perceber que eu não teria a autonomia necessária para conduzir as ações", disse Teich.

Um ministro de mãos atadas, porque sem autonomia, eis o verdadeiro motivo do pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich. Isso foi colocado com muita determinação e firmeza por esse médico, que prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal no dia de ontem (5).

O presidente da república, Jair Messias Bolsonaro não queria um ministro da Saúde eminentemente técnico, mas alguém que aceitasse ser manipulado por ele. A falta de autonomia assumida pelo ex-ministro da Saúde, Nelson Teich e a sua disposição para não aceitar a imposição da hidroxicloroquina como um medicamento para tratamento precoce contra a Covid-19, como pretendida o presidente da república, foi a gota d’água para que esse médico oncologista de grande reputação, tomasse a decisão de renunciar ao cargo de ministro da Saúde em menos de um mês, após assumir esse cargo.   

O depoimento do ex-ministro da Saúde Nelson Teich, pode até não ter sido muito esclarecedor, mas foi um depoimento honesto, objetivo e sem subterfúgios. Mais esse ex-ministro da Saúde, porque ele não tinha mais o que dizer, porque o seu tempo como ministro foi muito curto, por apenas 29 dias. Mas, ele ao afirmar que pediu demissão por não ter autonomia como ministro e por não aceitar recomendar o uso para o tratamento precoce do novo coronavírus, disse o que a nação brasileira queira ouvir, ou seja, que nenhuma pessoa digna aceita ser um ministro de faz de conta.

Nelson Teich em várias oportunidades no seu depoimento à CPI da Covid-19 no dia de ontem, fez questão de afirmar a sua confiança na ciência e num trabalho eminentemente técnico, o que contraria um presidente negacionista e sem conhecimento de causa - e que procura impor sua opinião sobre ministros que tem o preparo, a capacidade e personalidade suficiente para discordar de um leigo.

Podemos afirmar sem medo de sermos vistos como levianos que o governo do presidente da república Jair Messias Bolsonaro está à deriva, perdido em meio a um a grande borrasca. Com o presidente da república batendo cabeça e a sua equipe, a não ser os convertidos, sem confiar no chefe da nação. A coisa está feia, admitamos!

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