Um dos procuradores do Estado do Tocantins foi detido por dirigir bêbado no último sábado em Palmas. Em imagens gravadas pela Polícia Militar e divulgadas pela TV Globo, João Rosa Júnior aparece dizendo que é "rico" e que "ganha R$ 12 mil por mês" e exibe, na testa, a carteira de identificação de procurador.
Durante a autuação, diz a um policial: "Quero ver esse negro me filmar o tempo todo". Afirma ainda que vai "despedir esses caras". O procurador foi liberado horas depois após pagar R$ 300 de fiança. O Celta que ele dirigia foi apreendido.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado, o policial militar que filmava registrou ocorrência por injúria racista. O crime pode levar a até três anos de prisão.
De acordo com a PM, o teste do bafômetro apontou 0,73 miligramas de álcool por litro de ar expelido. A partir de 0,3 --equivalente a dois copos de chope--, o motorista vai preso.
Rosa Júnior permanece no cargo. O procurador-geral do Estado, Hércules Ribeiro Martins, determinou à Corregedoria do órgão a abertura de um procedimento administrativo para apurar o caso. Ele disse hoje que não pode comentar a situação enquanto a investigação não for concluída. A Procuradoria Geral é o órgão responsável por defender o Estado na Justiça.
O governador Marcelo Miranda (PMDB), segundo sua assessoria, disse apenas que, caso seja comprovado que o procurador cometeu infrações, ele deve ser punido.
Outro lado
O procurador Rosa Júnior não foi encontrado pela reportagem nesta terça-feira. Procurado pela Folha no gabinete onde trabalha, funcionários falaram apenas que ele não estava. Não disseram se ele tem advogado nem passaram mais informações.
Nas imagens gravadas, o procurador classifica a situação como uma "humilhação", diz que não é "bandido" e que não "precisa ser preso".
A Folha também procurou a assessoria de imprensa da Procuradoria Geral do Estado, mas ninguém ligou de volta.
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