Quando eu estudava no Colégio Andrews no bairro do Humaitá no Rio de Janeiro na década de 60, ao descobrir que todo nordestino é visto com preconceito pelos cariocas, passei a sentir a necessidade de provar que era tão bom ou melhor do que eles, procurando superá-los em tudo -, o que me obrigou a lhes mostrar que era o melhor da turma ou a ficar ente os melhores. Com esse firme propósito foi que eu desde os primeiros dias de Andrews - logo procurei descobrir alguém da turma para competir e esse alguém atendia pelo nome de Felipe Gallotti (nome fictício), um adolescente muito espirituoso e que fazia questão de se mostrar inteligente. Ele passou a ser o meu referencial e um adversário a quem eu deveria vencer sempre.
Conviver num ambiente que nos primeiros momentos se apresentava hostil por conta do preconceito que existe contra o nordestino, funcionou como um fator de superação, haja vista, o preconceito me ter feito descobrir a tempo que numa situação como essa só os muito bons conseguem vencer e se impor. E foi isso que aconteceu comigo. A partir do segundo semestre eu já não era mais visto como nordestino, um Paraíba, como são conhecidos os nordestinos pelos cariocas (mesmo que o Paraíba tenha nascido no Maranhão), mas como um aluno que se destacava diante dos outros pela sua inteligência, força de vontade e desejo de liderar; de conduzir ao invés de ser conduzido.
Agora o que sempre me ajudou a vencer os obstáculos, desde o Maranhão, foi a minha ambição que nunca permitiu que eu me sentisse inferiorizado em nenhum momento e que sempre estivesse impregnado de um forte desejo de vencer e me destacar com o melhor entre todos. Talvez seja essa a minha maior qualidade, pois a ambição que sempre me moveu é a que se pode classificar como uma ambição sadia, do tipo que nos estimula, empurra em direção aos nossos objetivos - mas sempre de olho na ética e obedecendo as regras do jogo. Numa palavra: buscar sempre vencer, mas sem pisar na cabeça de ninguém para chegar ao objetivo, ao topo.
Sem ambição e espírito competitivo, dificilmente alguém se torna um vencedor. Mas não custa nada repetir, que você pode ser muito ambicioso e também um grande competidor, mas sem ter que apelar para o jogo sujo e nem tão pouco para a deslealdade. O adversário leal conquista o respeito e admiração dos seus competidores. Ambição e espírito competitivo são as melhores armas para quem deseja se tornar um grande vencedor. Mas observe que eu falei um grande vencedor! Porque o importante é ser grande, até mesmo dentro da sala de aula. (Luccas Souza)
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