quinta-feira, 10 de junho de 2010

No Brasil a inversão de valores já está incorporada a nossa cultura

"No Brasil tratamos gênios como idiotas e pagamos o preço tratando idiotas como gênios." [Rogério Sganzerla]

Esse pensamento do cineasta que ajudou a criar o cinema novo, talvez explique a inversão de valores na sociedade brasileira, onde os jogadores de futebol são tratados como verdadeiros gênios, como seres iluminados, enquanto que os homens de pensamento, como os cientistas, filósofos, sociólogos, físicos e cineastas (como os que criaram o cinema novo), que faziam cinema para que os brasileiros aprendessem a pensar e a conhecer o Brasil, não são admirados e muito menos respeitados.

É óbvio que o futebol para um país como o nosso representa muito, até como um instrumento de resgate de jovens da periferia que se não fosse o futebol, certamente teriam o mesmo destino dos seus amigos que não tinham o dom da arte de jogar bola ou que não tiveram também uma oportunidade de se livrarem do submundo da contravenção. Mas o que devemos nos questionar, enquanto brasileiros, é o endeusamento de uma categoria cuja contribuição para o desenvolvimento do país quase não existe. Recentemente o jogador Neymar, do Santos foi muito questionado sobre o que disse com relação a sua cor, ao negar ao ser entrevistado, que não era negro. Assim como Ronaldo fenômeno e o presidente Lula, que ao serem questionados sobre as suas raças, preferiram se incluir entre os brancos.

Os jogadores brasileiros geralmente são pessoas iletradas, assim como Ronaldo fenômeno e o presidente Lula, que embora não sendo jogador de futebol, é um homem de poucos estudos formal ou informal, que se muito, fez o madureza ginasial, o precursor do ensino a distância, que se fazia através do Instituto Universal Brasileiro (IUB).

Devemos respeitar os jogadores? Sim! Mas nunca endeusá-los, ao ponto de colocá-los num pedestal, haja vista, a pouca contribuição desses nossos atletas, para o desenvolvimento espiritual, cultural e intelectual do povo brasileiro. Poucos jogadores no Brasil tiveram a capacidade de irem além do campo de futebol, como o jogador Afonsinho (que mesmo jogando profissionalmente continuou estudando, até se formar em medicina), Sócrates (idem) e Paulo Cesar Caju, que mesmo não se formando, sempre foi um grande leitor, um frequentador assíduo de livrarias e bibliotecas e ao morar na Europa, mergulhou fundo no estudo do idioma francês e espanhol.

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