Os que chegam por último são sempre mais zelosos. O que é correto. E os que saem acabam sempre deixando um rastro de mazelas para os novos governantes. Eu não conheço nenhum novo dirigente político, sindical, esportivo ou de clube de serviço - que não critique o seu antecessor. A não ser que o dirigente que entra tenha firmado antes um pacto de honra com o dirigente que acabou de sair, para que não sejam reveladas, por ventura, as mazelas praticadas no passado por quem as recebeu como herança. O que acaba fatalmente engessando o novo governo, que vai na medida do possível tentar consertar os erros cometidos pelo seu antecessor, o que via de regra, acaba prejudicando o novo dirigente, que ao ficar calado, acaba assumindo os ônus pelos desacertos praticados por quem lhe antecedeu.
Com menos de três meses de governo do PSB, além das heranças malditas dadas a conhecer por antecipação, como por exemplo, a tragédia da Barragem de Algodôes I, mais o escândalo da EMGERPI que transcorrido já faz bastante tempo, a sociedade piauiense ainda não teve conhecimento do resultado das apurações. O que denota falta de interesse de parte de quem tem a responsabilidade de investigar esse escândalo, para que a sociedade piauiense saiba quem é ou que são os principais responsáveis por esse desvio de conduta que abalou as alicerces do governo de Wellington Dias. Isso tudo vai ser cobrado durante a campanha e o governador Wilson Martins ou entrega os culpados ou vai ter que assumir as consequências.
Depois que Wilson Martins assumiu o governo, ele ainda não teve tempo de governar, pois só tentando apagar os focos de escândalos, que certamente não aconteceram na sua gestão, mas que infelizmente só estão vindos à tona no seu governo, como por exemplo, o escândalo da locação de veículos, a demissão de funcionários terceirizados do Sistema Antares de Comunicação, que como disse o secretário de comunicação do governo Wilson Martins, o jornalista Fenelon Rocha, está sendo feito para diminuir os gastos em virtude da grave situação financeira por que passa o estado do Piauí. Ontem mesmo na Assembléia Legislativa, o deputado estadual Kleber Eulálio (PMDB) pediu explicação à secretaria de saúde do estado, a respeito do repasse que vem sendo feito para uma policlínica no município de Picos, que a justiça mandou embargar a sua construção, mas que mesmo assim continua recebendo R$ 50 mil por mês. E a todo o momento surge na imprensa local novas denúncias contra a secretaria de saúde do estado, pela falta de medicamentos para os doentes renais crônicos e transplantados e devido também - às péssimas condições de atendimento dos hospitais regionais dos municípios considerados pólos.
Como bem disse ontem o deputado estadual Kleber Eulálio (PMDB), ao discursar da tribuna da Assembléia Legislativa, que o estado é uma máquina muito grande, que é humanamente impossível qualquer dirigente acompanhar par e passu o seu funcionamento, o que acaba levando - até os governantes mais rígidos moralmente a serem acusados de erros que não foram praticados diretamente por eles. Pelo visto, o governador Wilson Martins não tinha a exata dimensão dos problemas que lhe adviriam. E o que é pior: os problemas estão apenas começando.
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