quinta-feira, 10 de junho de 2010

O PT não é mais o mesmo de antigamente

Quem acompanha a trajetória do Partido dos Trabalhadores (PT), desde a sua fundação, percebe que esse partido, a partir do momento em que o marqueteiro Duda Mendonça aceitou comandar a primeira campanha de Lula, cuja sua primeira medida de impacto foi alterar logo a imagem do seu novo pupilo, dava para perceber que as mudanças não iam parar por ai.

Duda Mendonça começou mudando a cara de Lula. Daí para Lula vir a se transformar num político do tipo tradicional, foi só um pulo. Hoje, qualquer pessoa, desde a menos politizada, nota que nada mais resta na pessoa do presidente da república, daquilo que ele era no passado. Se é que lá no passado ele já não era o que é hoje, um político que adorou o poder e para nele se manter é capaz dos piores vícios.

Hoje os maiores amigos de Lula, são políticos com o perfil de José Sarney, Paulo Maluf, Fernando Collor de Mello, Renan Calheiros, Jader Barbalho; os maiores fichas-sujas do país, sendo que o seu mentor intelectual é o senador amapaense José Sarney, a quem Lula tem demonstrado ao longo desses seus quase oito anos de governo, uma devoção canina.

Os seus ex-amigos como Leonardo Boff, Marina Silva, Frei Beto e intelectuais e economistas como Chico Oliveira, José Álvaro Moisés, Paul Singer, só para citar os mais influentes, hoje mantém um distanciamento daquele que no passado era o repositório de todas as suas esperanças. Com o andar da carruagem e ao perceberem que Lula tomava um atalho, os seus verdadeiros, por discordarem das opções que ele vinha fazendo, resolveram abandonar o barco em busca de uma nova alternativa. Decisões muito sérias, que deixarão arranhões, decepções e frustrações.

Em menos de 15 dias, dois petistas históricos vem a público demonstrar os seus descontentamentos com os rumos que o Partido dos Trabalhadores (PT), vem tomando, o que contraria os seus verdadeiros princípios, que pregava a ética e a moral na política. E que tinha também um compromisso com o resgate dos excluídos. Estou me referindo ao ainda petista, Manoel da Conceição, que na semana passada escreveu pela segunda vez uma carta ao presidente Lula, onde ele o admoesta com relação aos novos rumos do PT. E ontem foi a vez da senadora Sandra Starling (PT-MG), pedir a sua desfiliação e aproveitou a oportunidade para escrever uma carta ao país, onde revela a sua grande decepção com o PT, a quem ela hoje considera uma farsa.

Hoje em dia só dois tipo de petistas se sente motivados a continuar no PT: os esperançosos de que uma mudança radical aconteça na vida do seu partido (o que é improvável), e aqueles que ainda se locupletam com o que ainda resta de um partido descaracterizado, desmoralizado e igual aos partidos tradicionais.

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