Não tem jeito, a minha alma é inconformada, inquieta, rebelde e, às vezes, inconveniente para mim mesma, mas sou fiel a ela, que não teme se reciclar, que se permite perdoar, não perdoar, que enfrenta a si mesma, sempre, e que, portanto, não se rebela à toa.
Começou a bagaceira! Começou o festival de faz-de-conta e de desperdício. Começou a política “pão e circo”, com cada vez menos pão e mais circo.
Como ensinou Maquiavel, “é mais produtivo aparentar ter boas qualidades do que tê-las realmente”. Eis uma lição que se aprende sem o menor esforço.
Que os céus nos protejam, portanto, do infame clima de campanha do tipo “politiquinha” que já invade o nosso lazer, o nosso trabalho, a nossa intimidade e, quiçá bem menos, as nossas cabeças.
Recomeça a velha “guerra de comadres” e haja ovo podre para tanto candidato!
Nesse balaio, não dá para se salvar ninguém. Existem exceções? Ah, claro, sempre há, mas o balaio é podre e fica difícil arriscar palpites nesse sentido.
No começo, era a filosófica Politeía, depois Politiké para os gregos, cujas idéias eram focadas na “polis” (cidade-estado) e em seus cidadãos.
Passando por Hesíodo, Platão e Aristóteles e não necessariamente nessa ordem, a ciência política objetivava, claramente, a administração das cidades e a organização da vida pública para o bem estar da vida privada.
Séculos depois, vemos a política se transformar num mero reduto de espertalhões que anseiam apenas arrumar e gerir a própria vida.
Ninguém é ingênuo a ponto de crer que o homem da antiguidade era um magnânimo em comparação com o homem atual. O homem em sua essência é o mesmo homem desde sempre e em qualquer parte do mundo. A mesquinhez, a ganância e o egoísmo formam um coquetel que circula pelas nossas veias. É embriológico. Mas, determinados ambientes, convívios e oportunidades podem levar esse coquetel a extremos de concentração. O poder é uma dessas situações. Todos o querem e os que já o experimentaram não o largam jamais.
Por outro lado, a humanidade evoluiu em individualismo e indiferença. Portanto, as políticas públicas de hoje, na prática, não são sequer a sombra dos postulados políticos gregos originais.
Por que eu tenho de participar dessa festa de impunidades? Por que eu sou obrigada a sair do meu merecido sossego para dar meu voto de confiança ao “menos ruim”? Por que eu tenho de fingir que acredito no que eu não acredito? Qual é a razão que me impõe um voto tão vulgar?
Não sou contra a democracia, muito pelo contrário. Sou totalmente a favor de plebiscitos e de eleições, mas o voto tem de ser livre. Não votar já é uma posição, além de um direito político.
Passamos o ano inteiro engolindo cobras, ratos e aranhas (sapo é muito útil!), oriundos das nada dignas performances de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidentes e seus respectivos escalões.
Passamos a vida pagando caro para não obtermos o mínimo básico em troca. E eu ainda tenho de comparecer às urnas para apoiar a perpetuação desse castigo?
Causa-me perplexidade ouvir de um fedelho qualquer a afirmativa de que “é normal roubar e enganar, porque todos roubam e todos mentem”. Lindo pensamento, inspirado na voz comum e corrompida da sociedade, graças a essa raça de malfeitores de todo e qualquer partido que administra a nossa polis. É o mal gerando seus filhotes.
Já não basta?
Além de todos esses fatos, da poluição auditiva e visual (não é mole ter de olhar para aquelas caras horrorosas encarando a gente, o dia inteiro, nos cartazes espalhados por aí!), das invasões de domicílio e dos assaltos ostensivos aos nossos cofres, é justo sofrer sanções se nos recusarmos a tomar parte disso?
Eu digo que não.
É... Mas, parece que a Terra se manterá como um insignificante cisco no universo, o Brasil continuará sempre a ser “o país do futuro”, já que nunca existirá um presente viável e São Luís jamais será Paris, pois o Maranhão não é a França; é um outro lugar.
Sandra Dualibe - é marahense
siga no Twitter ao blog Dom Severino ( severino-neto.blogspot.com) @domseverino
Começou a bagaceira! Começou o festival de faz-de-conta e de desperdício. Começou a política “pão e circo”, com cada vez menos pão e mais circo.
Como ensinou Maquiavel, “é mais produtivo aparentar ter boas qualidades do que tê-las realmente”. Eis uma lição que se aprende sem o menor esforço.
Que os céus nos protejam, portanto, do infame clima de campanha do tipo “politiquinha” que já invade o nosso lazer, o nosso trabalho, a nossa intimidade e, quiçá bem menos, as nossas cabeças.
Recomeça a velha “guerra de comadres” e haja ovo podre para tanto candidato!
Nesse balaio, não dá para se salvar ninguém. Existem exceções? Ah, claro, sempre há, mas o balaio é podre e fica difícil arriscar palpites nesse sentido.
No começo, era a filosófica Politeía, depois Politiké para os gregos, cujas idéias eram focadas na “polis” (cidade-estado) e em seus cidadãos.
Passando por Hesíodo, Platão e Aristóteles e não necessariamente nessa ordem, a ciência política objetivava, claramente, a administração das cidades e a organização da vida pública para o bem estar da vida privada.
Séculos depois, vemos a política se transformar num mero reduto de espertalhões que anseiam apenas arrumar e gerir a própria vida.
Ninguém é ingênuo a ponto de crer que o homem da antiguidade era um magnânimo em comparação com o homem atual. O homem em sua essência é o mesmo homem desde sempre e em qualquer parte do mundo. A mesquinhez, a ganância e o egoísmo formam um coquetel que circula pelas nossas veias. É embriológico. Mas, determinados ambientes, convívios e oportunidades podem levar esse coquetel a extremos de concentração. O poder é uma dessas situações. Todos o querem e os que já o experimentaram não o largam jamais.
Por outro lado, a humanidade evoluiu em individualismo e indiferença. Portanto, as políticas públicas de hoje, na prática, não são sequer a sombra dos postulados políticos gregos originais.
Por que eu tenho de participar dessa festa de impunidades? Por que eu sou obrigada a sair do meu merecido sossego para dar meu voto de confiança ao “menos ruim”? Por que eu tenho de fingir que acredito no que eu não acredito? Qual é a razão que me impõe um voto tão vulgar?
Não sou contra a democracia, muito pelo contrário. Sou totalmente a favor de plebiscitos e de eleições, mas o voto tem de ser livre. Não votar já é uma posição, além de um direito político.
Passamos o ano inteiro engolindo cobras, ratos e aranhas (sapo é muito útil!), oriundos das nada dignas performances de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidentes e seus respectivos escalões.
Passamos a vida pagando caro para não obtermos o mínimo básico em troca. E eu ainda tenho de comparecer às urnas para apoiar a perpetuação desse castigo?
Causa-me perplexidade ouvir de um fedelho qualquer a afirmativa de que “é normal roubar e enganar, porque todos roubam e todos mentem”. Lindo pensamento, inspirado na voz comum e corrompida da sociedade, graças a essa raça de malfeitores de todo e qualquer partido que administra a nossa polis. É o mal gerando seus filhotes.
Já não basta?
Além de todos esses fatos, da poluição auditiva e visual (não é mole ter de olhar para aquelas caras horrorosas encarando a gente, o dia inteiro, nos cartazes espalhados por aí!), das invasões de domicílio e dos assaltos ostensivos aos nossos cofres, é justo sofrer sanções se nos recusarmos a tomar parte disso?
Eu digo que não.
É... Mas, parece que a Terra se manterá como um insignificante cisco no universo, o Brasil continuará sempre a ser “o país do futuro”, já que nunca existirá um presente viável e São Luís jamais será Paris, pois o Maranhão não é a França; é um outro lugar.
Sandra Dualibe - é marahense
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