segunda-feira, 18 de junho de 2012

O jornal Folha de S. Paulo abre debate sobre justiçamento

por Tomazia Arouche 


Antes de qualquer julgamento precipitado, vou logo adiantando que eu sou radicalmente contra todo tipo de tortura e não me alinho com aqueles que defendem a máxima que diz que os fins justificam os meios. Mas sou também radicalmente contra a hipocrisia, que leva às pessoas a só buscarem enxergar um lado da verdade ou a meia verdade.  

O governo brasileiro acaba de criar a Comissão da Verdade, formada na sua maioria por simpatizantes da esquerda brasileira, o que já coloca sob suspeição essa comissão, que não deveria ter sido criada, já que existe uma Lei de Anistia que vale para todos os brasileiros que participaram da guerra que culminou como o regime de exceção. O que no meu entendimento zera tudo, ou seja, elimina qualquer iniciativa revanchista.

Uma pergunta que se faz oportuna neste momento é a seguinte: se o Brasil tivesse caído nas mãos da esquerda e o nosso país estivesse hoje sob um regime ditatorial, os seus opositores teriam hoje alguma chance de reivindicar algum tipo benefício e justiça aos desaparecidos? Se buscarmos o exemplo de Cuba, é fácil se chegar à conclusão de que todos que se opusessem ao regime aqui instalado seriam tratados como os dissidentes cubanos.

O jornal Folha de S. Paulo de ontem, 17/06, no seu caderno Ilustríssima traz uma matéria sobre os justiçamento na esquerda brasileira, uma prática tão cruel da esquerda, quanto à tortura e morte praticada pelo regime militar. Isso nos leva a creditar que nessa guerra não existiam santos. Com ambos os lados lutando pelo poder, que para ser conquistado, os fins justificam os meios.

O que é justiçamento? É punir e aplicar a pena de morte, àqueles que a direção de um grupo considera traidores de uma causa. E nessa reportagem, o jornal Folha de S. Paulo revela ao país as mortes praticadas por esquerdistas, contra companheiros que traíram uma causa sob tortura, que como diz o compositor Zé Ramalho, numa de suas composições, “que nas torturas toda carne se trai”.

Essa Comissão da Verdade é uma grande hipocrisia. Hoje os esquerdistas brasileiros se locupletam e chafurdam nas grandes negociatas que envolvem corrupção e no loteamento da empresas estatais nos cargos de direção e no quadro de conselheiros. É o preço: no poder a luta do passado é compensada pelas benesses.

O cartunista Ziraldo, um dos heróis nacionais, mesmo não tendo participado no from da guerra recebeu uma polpuda indenização e continua recebendo uma boa mesada. Os heróis nacionais são todos suspeitos. Só quem morreu lutando merece o nosso respeito. 

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