O empresário Júlio Camargo, um dos principais colaboradores da Operação Lava Jato, que apontou contas de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no exterior e se disse ameaçado por ele, quebrou o silêncio e concedeu sua primeira entrevista, ao jornalista Henrique Beirangê, da revista Carta Capital. Segundo ele, um impeachment conduzido pelo presidente da Câmara "é surreal".
"De
qualquer forma, tenho certeza, a verdade tarda, mas não falha. Vai chegar a
hora do julgamento dele. Se a gente quer de fato mudar este País, o Cunha
precisa ser extirpado do cenário", disse ele.
Para
Camargo, Cunha debocha da sociedade brasileira e conta com a cumplicidade do
Poder Judiciário. "Acho um desacato ao povo brasileiro. Entendo e respeito
os ditames do Judiciário. O que me espanta é a morosidade. São muitos fatos
concretos sem nenhuma ação da Justiça a respeito", afirmou.
Temer na
Lava Jato
Sobre o
vice-presidente Michel Temer, ele também fez um alerta: "Quem será o novo
presidente? O 'grande jurista' e vice-presidente Michel Temer tem seu nome
vinculado à Lava Jato. Se o Eduardo Cunha se tornar o presidente, seria o fim
da nação. Tenho 64 anos e já fui convidado para morar fora do País. Nunca
pensei, mas se o Cunha assumir o governo, não haveria alternativa."
Em
relação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), ele também o colocou numa má
situação. "Está na mesa posição do Michel Temer, hoje sob suspeição. Não
votaria no Aécio de jeito nenhum."
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