“A
grande contradição é que nós dependemos de mudanças que têm que vir do
Congresso. E espontaneamente elas não virão, porque, compreensivelmente, as
pessoas não mudam o sistema que as elegeu. A sociedade brasileira, mobilizada,
é que deve cobrar as mudanças, começando pelo sistema de justiça, que é o fim
do mundo”. (Frase do ministro do STF Luís Roberto Barroso)
A cada nova eleição, aumenta o número de votos nulos,
brancos e abstenções, o que é bastante revelador sobre o mau humor do eleitor
brasileiro, manifesto a cada novo pleito, para com a sua classe política.
É fácil deduzir o porquê do elevado número de votos
brancos, nulos e abstenções nas eleições de outubro deste ano. É só observarmos
o número de políticos e partidos envolvidos com a Operação Lava Jato, para nos
darmos conta do número excessivamente grande de políticos envolvidos com
práticas nada republicanas. A operação Lava Jato que não livra a cara de
ninguém e que vem revelando ao país a nossa indigência política.
Para o cientista político Aldo Fornazieri, professor da
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a combinação de duas
crises resultou no alto número de votos inválidos. "Nem os políticos nem os
partidos deram respostas aos cidadãos sobre a crise da corrupção e nem sobre a
crise do estado que não funciona", diz Fornazieri.
O Congresso Nacional, cujos membros, a maioria tem algum
tipo de processo correndo na justiça, pelo seu histórico passado e recente, não
contribui para a melhoria da imagem da nossa classe política. A situação do presidente
do Senado, por exemplo, é bastante emblemática da grave crise política, por que
passa o Poder Legislativo em nosso país.
Uma reforma política, feita em consonância com os
interesses do país, poderia devolver ao Congresso Nacional, a confiança e o
respeito que uma instituição como essa, deveria merecer do povo que representa,
mas, a reforma política que os cientistas políticos dizem ser a solução para
muitos dos males brasileiros, não acontece, porque, caso ela venha a acontecer,
ela irá contrariar os interesses dos políticos profissionais e carreiristas.
Pensando bem, nós estamos num mato sem cachorro, como diz
um velho ditado popular, quando queremos dizer que estamos em apuro.
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