sexta-feira, 28 de outubro de 2016

"Adeus às iusões"



“Adeus às ilusões, adeus, tudo já passou, morreu”.

A ilusão é o nosso maior conforto. Quando ela deixa de existir, nada mais importa e o ‘futuro certo bate à nossa porta. O nosso futuro certo é a morte inevitável.  

Não é à toa, que a juventude é o melhor momento das nossas vidas, porque tudo o que fizemos e vivemos se esconde por trás da ilusão.

Quando jovem, tudo para nós é otimismo, certeza e esperança - num futuro que virá e acontecerá. Na juventude não existe espaço para o pessimismo, não existe problema sem solução e lugar para o abatimento, o desanimo e a tristeza.  

Mas, como o tempo passa inexorável, eis que chega o momento em que a velhice aparece e tudo se transforma. Na velhice, ao contrário da juventude não existe espaço para o irreal, a fantasia e o sonho.

A velhice acaba sendo um ajuste de contas com um passado que vivemos sem nos preocuparmos com o que viria depois. Essa nossa consciência da fatalidade presente na velhice, não nos autoriza a condenar o passado, porque na vida só o presente é o que importa.

Na velhice o realismo é cruel, mas não há como fugir desse destino que não cede ou se abala diante das preces, súplicas e rogos

Por Tomazia Arouche

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