Não existe solidariedade das mulheres para com as outras
mulheres? Seria esse o reflexo dos resultados dos dados que demonstram pouca
representatividade feminina na política nacional? Não é bem isso: o que falta
para a maioria das mulheres é uma formação cidadã plena que só se consegue com acesso
ao crescimento educacional e intelectual para que as mulheres adquiram senso de
representatividade.
As mulheres representam mais da metade da população
brasileira e, mesmo assim, não conseguem se impor como maioria no Poder
Legislativo, no Poder Judiciário, no Ministério Público e nas Forças Armadas.
Tomemos como exemplo, a eleição municipal na cidade de São
Paulo, onde a proporção de mulheres eleitas para o cargo de vereador se manteve
entre as eleições de 2012 e de 2016, segundo dados do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Neste ano, 13,5% dos vereadores eleitos são mulheres – ou 7,8
mil de 57,8 mil candidatos. Há quatro anos, o percentual foi de 13,3% – 7,7 mil
de 57,4 mil candidatos. Nesta eleição houve um crescimento minúsculo da eleição
de mulheres para a Câmara Municipal da maior cidade brasileira.
A fraca participação e desempenho das mulheres nas
eleições, acaba refletindo o machismo ainda muito presente na nossa sociedade e
incorporado pela maioria das mulheres.
Infelizmente isso se reflete no cenário político atual.
Essa falta de representatividade impede uma maior participação feminina nos
destinos do país, contribuindo para a manutenção de uma situação de
inferioridade.
Mesmo com os significativos avanços das mulheres em alguns
campos da atividade humana, como por exemplo, nas universidades, ainda há um
grande número de mulheres sujeitas aos mandos e desmandos masculinos. Avanços ainda insignificantes para que a mulher venha a
disputar com o homem em pé de igualdade, espaços na política e no mundo
corporativo.
Em alguns setores da vida nacional, já existem mais
mulheres bem preparadas que homem, só lhes falta espaço e, no caso eleitoral,
que essa emancipação feminina seja reconhecida.
O crescente avanço da mulher sobre os espaços, antes
reservados aos homens, vai depender muito da opção que as mulheres vão ter que
fazer, entre ser uma mulher submissa ao homem e o estudo ou emprego, que em
última análise representam a sua alforria.
por Tomazia Arouche
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