sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Não existe solidariedade entre as mulheres?

Não existe solidariedade das mulheres para com as outras mulheres? Seria esse o reflexo dos resultados dos dados que demonstram pouca representatividade feminina na política nacional? Não é bem isso: o que falta para a maioria das mulheres é uma formação cidadã plena que só se consegue com acesso ao crescimento educacional e intelectual para que as mulheres adquiram senso de representatividade. 

As mulheres representam mais da metade da população brasileira e, mesmo assim, não conseguem se impor como maioria no Poder Legislativo, no Poder Judiciário, no Ministério Público e nas Forças Armadas.

Tomemos como exemplo, a eleição municipal na cidade de São Paulo, onde a proporção de mulheres eleitas para o cargo de vereador se manteve entre as eleições de 2012 e de 2016, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Neste ano, 13,5% dos vereadores eleitos são mulheres – ou 7,8 mil de 57,8 mil candidatos. Há quatro anos, o percentual foi de 13,3% – 7,7 mil de 57,4 mil candidatos. Nesta eleição houve um crescimento minúsculo da eleição de mulheres para a Câmara Municipal da maior cidade brasileira.

A fraca participação e desempenho das mulheres nas eleições, acaba refletindo o machismo ainda muito presente na nossa sociedade e incorporado pela maioria das mulheres.

Infelizmente isso se reflete no cenário político atual. Essa falta de representatividade impede uma maior participação feminina nos destinos do país, contribuindo para a manutenção de uma situação de inferioridade.

Mesmo com os significativos avanços das mulheres em alguns campos da atividade humana, como por exemplo, nas universidades, ainda há um grande número de mulheres sujeitas aos mandos e desmandos masculinos. Avanços ainda insignificantes para que a mulher venha a disputar com o homem em pé de igualdade, espaços na política e no mundo corporativo.
 
Em alguns setores da vida nacional, já existem mais mulheres bem preparadas que homem, só lhes falta espaço e, no caso eleitoral, que essa emancipação feminina seja reconhecida.

O crescente avanço da mulher sobre os espaços, antes reservados aos homens, vai depender muito da opção que as mulheres vão ter que fazer, entre ser uma mulher submissa ao homem e o estudo ou emprego, que em última análise representam a sua alforria.

por Tomazia Arouche

Nenhum comentário: