domingo, 23 de outubro de 2016

Um país que convive com dois poderes




O Rio de Janeiro vive num estado de guerra permanente
“Obedecemos ao poder paralelo. Prefiro ter prejuízo a sofrer represálias. É assim que funciona, eles mandam aqui. Todo mundo precisa pedir autorização, não só nós”. (Manifestação de pessoas anônimas que são obrigadas a se submeterem as exigências e as cobranças dos agentes do poder não oficial).  

No Brasil, nós conviemos com dois estados: o estado oficial e o estado paralelo. O primeiro exercido por políticos eleitos pelo “voto popular” e o segundo representado pelo narcotráfico, pelas milícias e pelos contraventores que comandam o jogo do bicho, que é proibido mas que funciona como se legal ele fosse.

O poder paralelo em estados como Rio de Janeiro é tão forte, que em que pese os esforços do governo estadual e federal para combatê-lo, esses esforços que passam pela mobilização das Forças Armadas e da Polícia Federal, não conseguem sequer enfraquecer esse poder nada invisível.

Um poder extraoficial que cresce e se impõem no vácuo deixado pelo estado oficial. Ocorre que o poder paralelo a cada dia que passa emprega muito mais trabalhadores. O estado paralelo que conta com um grande exército equipado com equipamentos de ultima geração.    

Quanto mais o estado oficial diminui e desassiste os excluídos, mas o estado paralelo se agiganta e ocupa espaço numa sociedade que não faz segredo ao afirmar que prefere a presença dos contraventores do que das policias.   

No estado do Rio de Janeiro, policiais corruptos que serviam aos chefões do tráfico, resolveram deixar de serem servidores e partiram para criar os seus próprios negócios: esses são os milicianos.

Em tempo: o poder paralelo já se faz presente em todos os estados da federação, sendo que os estados nordestinos, cujo modo de vida se assemelha ao carioca, essa presença é maior. É que os seus comandantes preferem instalar suas bases de operação nas cidades litorâneas.

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