terça-feira, 14 de março de 2017

Uma gente de mente acanhada e horizontes estreitos




Palmeiras que crescem em meio à caatinga é uma aberração. As palmeiras são as nossas elites e a caatinga o pobre. Na caatinga as plantas são uniformes. Isso quer dizer que a desproporção entre as plantas não é absurda, como que se verifica na sociedade brasileira. Uma minoria extremamente rica e a grande maioria extremamente pobre.  

Uma gente de mente acanhada e horizontes estreitos é o que nós somos. Não por minha culpa, nem por culpa dos meus antepassados, mas, por culpa exclusiva das nossas elites, da nossa classe dirigente, que nunca investiu em oportunidades iguais para todos.

No Brasil, só os bens nascidos têm o direito de progredir e de se estabelecerem numa sociedade que reserva para as suas elites, os melhores colégios, as melhores universidades, os melhores hospitais e os melhores empregos, alguns vitalícios e bem remunerados.     

O filho de pobre, só por um acidente, consegue superar as barreiras quase intransponíveis que as elites dominantes criam para separar ricos e pobres. E no meio dessa história, eis que surge aquilo que se convencionou chamar de determinismo histórico, um conceito filosófico que diz serem todos os fatos baseados em causas, ou seja, todo o acontecimento é regido pela determinação, seja de caráter natural ou sobrenatural.

Resumidamente, o determinismo é uma corrente de pensamento que defende a ideia de que as decisões e escolhas humanas não acontecem de acordo com um livre-arbítrio, mas sim através de relações de casualidade.

Na ligação entre causa e efeito, os pobres em países como o Brasil, cujas elites, sobretudo a política, são acanhadas e tem horizontes estreitos e toda vez que o pobre ensaia colocar a cabeça fora d’água as elites colocam os dois pés sobre sua cabeça, lhe impedindo de sair fora d’água.

Pobre no Brasil só melhora de vida por obra do acaso ou da sorte.

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