Palmeiras
que crescem em meio à caatinga é uma aberração. As palmeiras são as nossas elites
e a caatinga o pobre. Na caatinga as plantas são uniformes. Isso quer dizer que
a desproporção entre as plantas não é absurda, como que se verifica na sociedade
brasileira. Uma minoria extremamente rica e a grande maioria extremamente
pobre.
Uma gente de mente acanhada e horizontes estreitos é o que
nós somos. Não por minha culpa, nem por culpa dos meus antepassados, mas, por
culpa exclusiva das nossas elites, da nossa classe dirigente, que nunca
investiu em oportunidades iguais para todos.
No Brasil, só os bens nascidos têm o direito de progredir
e de se estabelecerem numa sociedade que reserva para as suas elites, os
melhores colégios, as melhores universidades, os melhores hospitais e os melhores
empregos, alguns vitalícios e bem remunerados.
O filho de pobre, só por um acidente, consegue superar as
barreiras quase intransponíveis que as elites dominantes criam para separar
ricos e pobres. E no meio dessa história, eis que surge aquilo que se
convencionou chamar de determinismo histórico, um conceito filosófico que
diz serem todos os fatos baseados em causas,
ou seja, todo o acontecimento é regido pela determinação, seja de caráter natural ou
sobrenatural.
Resumidamente, o determinismo é uma corrente de pensamento
que defende a ideia de que as decisões e escolhas humanas não acontecem de
acordo com um livre-arbítrio, mas sim através de relações de casualidade.
Na ligação entre causa e efeito, os pobres em países como
o Brasil, cujas elites, sobretudo a política, são acanhadas e tem horizontes
estreitos e toda vez que o pobre ensaia colocar a cabeça fora d’água as elites
colocam os dois pés sobre sua cabeça, lhe impedindo de sair fora d’água.
Pobre no Brasil só melhora de vida por obra do acaso ou da
sorte.
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