domingo, 16 de julho de 2017

A pintura hiper-realista do maranhense Ribinha


Autodidata, Ribinha reproduz com tinta imagens de carros clássicos. 

Exposição fica em São Paulo até o final de dezembro.

Lívia Machado Do G1, em São Paulo

Parece photoshop, mas é tinta pura. Nas telas do artista plástico José de Ribamar Costa Oliveira, 34, conhecido como Ribinha, os carros antigos retratados só faltam cantar pneu e aquecer os motores. O hiper-realismo das 17 obras poderá ser visto durante a exposição "Resgate do sonho e Glamour”, que acontece no Bar Barão da Itararé, de 25 de novembro a 23 de dezembro, em São Paulo.
Natural de Barreirinhas, cidade vizinha a Lençóis Maranhenses, no Maranhão, Ribinha ganhava a vida como pintor de letreiros e cartazes, ofício que começou aos 14 anos. “Descobri meu talento bem antes, aos nove. Na escola, todos os trabalhos que precisavam de desenho e pintura, meus amigos me pediam ajuda”, recorda, sem falsa modéstia.
Contratado para fazer aparos e restaurações em paredes e portas de um hotel na cidade, Ribinha encontrou no dono do estabelecimento uma espécie de mecenas. Sergio Dória, filho de artista plástica, se interessou pela técnica do rapaz, na época com 29 anos e já pai de dois filhos.
Para avaliar o nível de Ribinha – que nunca estudou sobre arte tampouco cursou escolas técnicas - Sergio propôs uma espécie de teste. Ofereceu ao pintor a parede do salão de jogos do hotel e pediu a ele que reproduzisse o desenho de um jipe.
“Era superdifícil. Fiquei apreensivo. A obra tinha que mostrar o jipe invadindo e quebrando uma enorme parede. Me assustei com o pedido, mas sabia que conseguiria reproduzi-lo”.
Dois anos após o “processo seletivo”, Sergio montou um ateliê dentro do hotel para que Ribinha pudesse desenvolver seu trabalho como artista plástico. Foi dele também a ideia de reproduzir fotos de carros antigos em grandes telas.
“Eu precisava de um tema para conseguir expor. O Sergio gostava de carros antigos e deu essa sugestão. Não era um gosto pessoal, eu não tinha conhecimento muito menos acesso a esse material, mais comum nos Estados Unidos. Gostei do desafio e fui criando meu estilo, minha arte.”
Os livros servem apenas como material de referência, garante o artista. Durante o processo de criação, ele inventa novas cores e formas, além de propor cenários de fundo para os carros.
Por ora, a exposição começa e termina na capital paulista. O desejo de Ribinha, porém, é chegar ao nível de reconhecimento (e técnica) de um hiper-realista francês, Philippe Lhuillier, que pinta até em alumínio e expõe suas obras nas galerias de Paris.
Em uma breve passagem por Barreirinhas, o artista internacional gostou da representação do mar desenhado no muro de uma fábrica – feito por Ribinha há mais de cinco anos – e foi atrás do artista. A procura resultou em amizade e até algumas aulas durante a breve passagem de Lhuillier. "Quero chegar lá", comenta.




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