A vida no Brasil não vale nada. Aqui mata-se mais do que no
Iraque, na Palestina, no Afeganistão, na Venezuela e em outras áreas
conflagradas.
Mata-se no transito, mata-se por bala perdida, mata-se nas
bocas de fumo, nos assaltos a mão armada, em assaltos a bancos, no campo, na
disputa pela posse da terra e os criminosos, quando muito, pagam fianças e
voltam a viver tranquilos como se nada tivesse acontecido. O morto é que
permanecerá preso para sempre amém!
Dizer que nós vivemos no reino da impunidade, não vai nessa
afirmação nenhum exagero, porque no Brasil só permanecem presos, os pobres, ai incluídos
os negros e as prostitutas, pessoas do mais baixo estrato social. Isso quer
dizer que quem é rico no Brasil não apodrece na prisão.
O mais emblemático dos casos de impunidade no Brasil, foi protagonizado
pelo jornalista Pimenta Neves, o assassino da jornalista Sandra Gomide, sua ex-namorada
à época do seu assassinato.
No dia 20 de agosto de 2000, o então diretor de redação do
jornal "O Estado de S. Paulo" Antonio Marcos Pimenta Neves matou com
dois tiros pelas costas a repórter do jornal Sandra Gomide, de 32 anos, em um
haras em Ibiúna. Algumas semanas antes ele havia sido abandonado por Sandra,
que era também sua namorada. Pimenta Neves confessou o crime, foi condenado em
2006 a 19 anos de cadeia em um júri popular (pena reduzida para 18 e depois 15
anos), mas passou menos de sete meses na prisão por conta de habeas corpus. Pasmem! Pimenta Neves
após ser condenado a 19 anos de prisão, teve sua pena comutada para 18 e depois 15 anos e permaneceu preso apenas sete
meses. Impunidade é isso.
Quantos crimes no Brasil semelhantes ao praticado pelo jornalista
Pimenta Neves seguem o mesmo destino? Um sem número. Com o criminoso ficando
fora da prisão por força de um habeas corpus,
uma medida jurídica usada para proteger indivíduos que tem sua liberdade infringida
e um direito do cidadão que consta na Constituição Federal. Será que cabe
conceder habeas corpus para criminosos
confessos e contra os quais não existe a menor dúvida sobre a autoria do crime?
Nesse caso, o instituto do habeas corpus
acaba favorecendo o criminoso e o delito.
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