Poupar água é um ato de solidariedade e de economia doméstica

“Conforto é bom e todo muito gosta. Desde que não prive o “outro” de um bem essencial”. (Tomazia Arouche)

Tão importante quanto investir na recuperação da rede de distribuição de água da Adutora do Garrincho - que segundo um dos gerentes da empresa de Água e Esgoto do Piauí (AGESPISA), está comprometida em quase toda sua extensão, é desenvolver um trabalho de conscientização dos seus consumidores no sentido de poupar e economizar um bem finito e um produto relativamente caro se levarmos em consideração a péssima qualidade da água que é ofertada aos consumidores do município de São Raimundo Nonato e toda sua microrregião.

Os reservatórios de água no país são instáveis, pois dependem da chuva e enchem e secam de maneira variável. As Nações Unidas estimam que em 2025, dois terços da população mundial vai sofrer com a escassez de água. É crucial entendermos a importância deste bem precioso, e o fato de que se torna cada vez mais importante economizar água.

O Brasil é um dos países com a maior quantidade de reservas hídricas que somam cerca de 15% do total de água disponível no planeta. Mesmo assim entre 2014 e 2016, passamos por algumas crises de água, como a do sistema da Cantareira da cidade de São Paulo, que fornece água para nove milhões de pessoas. Em 2016, o reservatório sofreu o maior colapso de sua história, atingindo boa parte da população paulista e paulistana.

Na região Nordeste, o desperdício e a escassez de água caminham paralelamente, porque não existe de grande parte da população que habita esta região, a conscientização (educar seria o termo) necessária para a importância de pouparmos água e o espírito de solidariedade que faça com que as pessoas se sintam parte de um grupo social e não de uma ilha. Solidariedade social que subentende, a princípio, a ideia de que seus praticantes sintam-se integrantes de uma mesma comunidade e, portanto, sintam-se interdependentes.

Uma região que sofre permanentemente de crise hídrica, as pessoas não podem se dar ao luxo de terem piscinas que são abastecidas com água tratada, não lavar calçada e qualquer ambiente residencial com uma água que passa por um processo de tratamento. Quem faz uso de água tratada para abastecer piscina e lavar calçada é um ser sem espírito solidário e extremamente egoísta. Água fornecida pela AGESPISA, embora não seja de boa qualidade, ela é muito necessária e imprescindível.