“A religião conforta, mas não salva ninguém e nem nos livra da morte certa. ” (Dom Severino)
As perdas se sucedem. Perdas de parentes, perdas de amigos e de pessoas que passaram pelas nossas vidas. Como viver com tantas perdas e poucos ganhos? Quanto mais envelhecemos, mais perdas nós somamos. Com tantas perdas, eu desconfio que vou acabar sozinho, isto é, se eu não for incluído nessa grande lista de perdas.
Acordo e logo me pergunto: quem será o próximo a ser incluído na lista daqueles que partiram para o andar de cima, como se diz na gíria. Ligo o computador e acesso o Facebook e eis que surge na tela os nomes de dois primos que foram vitimados por essa doença terrível, a Coivd-19. Ao ler essas notícias as pernas ficam bambas e uma tristeza enorme se apossa de mim.
“Fiz uma lista de amigos mortos. De amigos que só voltarei a encontrar dentro de mim trazidos pela memória. Valha-me Deus como são muitos. Ainda bem que os levo comigo por onde quer que eu vá, e os ressuscito na luz de minhas recordações. É isso mesmo a saudade: o dom privativo de reviver os amigos mortos”. (Josué Montello)
Tomazia Arouche
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