Desemprego em nível recorde, diminuição da capacidade produtiva da economia, devido ao fechamento de empresas e a piora das contas públicas, formam o quadro da economia brasileira durante a crise do novo coronavírus. A demora e a intensidade da piora do cenário econômico vai depender do fim dessa pandemia e da efetividade das medidas emergenciais que devem ser adotadas pelo governo federal. Todos esses fatores citados acima contribuem para a queda do consumo.
O crescimento econômico, de acordo com os manuais de economia, corresponde ao consumo de bens e serviços e ao aumento da produção. E só existe consumo, com emprego e renda. Daí a importância da retomada da economia para que o trabalhador volte a trabalhar e volte a ter uma renda e consequentemente volte a consumir.
O que o governo federal poderá fazer para que a nossa economia volte a ter o dinamismo de antes do surgimento da pandemia do novo coronavírus, um momento que a economia brasileira vinha dando sinais de recuperação? Primeiro, o governo tem que aumentar a flexibilização das regras recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que levaram as nossas autoridades a decretarem o isolamento social ou confinamento. Agora, seria aconselhável essa flexibilização num momento em que o Brasil é o epicentro da Covid-19? As autoridades sanitárias dizem que não e desaconselham qualquer iniciativa e qualquer decisão governamental que relaxe as recomendações da OSM neste momento, de modo a comprometer o que já foi feito até aqui para conter o avanço dessa pandemia, mesmo que a economia continue semiparalisada.
Um dos expoentes do pensamento liberal brasileiro, o economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, avalia que para sairmos da crise do novo coronavírus, podem ser necessárias intervenções estratégicas do governo nos setores mais atingidos pela paralisação da atividade econômica.
Uma das intervenções estratégicas, segundo ele, o governo já vem aplicando, que é a rede de proteção social, representada pelo auxílio emergencial que já está em curso. A instituição da renda básica é outra estratégia que o governo federal poderá lançar mão.
A renda básica que é um valor pago em dinheiro a cada cidadão, com o objetivo de propiciar a todos a garantia de satisfação de suas necessidades básicas em momentos de crise.
Não custa nada lembrar, no entanto, que o governo federal ao criar essa rede de proteção social, não está fazendo nenhum favor ou agindo como um benfeitor da população, como sugere as autoridades federais toda vez que se manifestam sobre essa questão. Ocorre que o chefe de estado existe para governar e usar os recursos do tesouro nacional, quando isso se fizer necessário para socorrer e proteger o cidadão (ã).
O povo brasileiro precisa aumentar o seu consumo, mas para que isso aconteça, ele precisa dispor de uma renda e renda só se consegue com um emprego formal ou informal.
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