O Brasil precisa de um novo currículo escolar que enfatize e contemple competências transversais na educação. O que são essas habilidades? São coisas como aprender a aprender, competência cultural, interação e auto expressão.
Com esse modelo de aprendizagem os alunos se concentram em cuidar de si mesmo e gerenciar a vida cotidiana, mas também abrange competências como tecnologia e a vida profissional.
Há também ênfase na construção de habilidades ativas que os alunos vão precisar para o resto de suas vidas, como empreendedorismo, participação, envolvimento e criação de um futuro sustentável.
No entendimento das autoridades educacionais da Finlândia, a educação tem que ser dinâmica e multidisciplinar. No mundo de hoje, a educação precisa ser menos fragmentada e se libertar das disciplinas. “Dentro de uma visão holística, existe uma nova visão para aproveitar o que acontece além da escola para aprender mais, de forma mais motivadora e o tempo todo”. “É a aprendizagem inteligente, que significa que toda a cidade é uma grande plataforma de aprendizado”, afirma Marjo Kyllonen, secretária de educação de Helsinque.
A educação pública brasileira segue o modelo pedagógico tradicional criticado por muitos educadores, como Paulo Freire que denominava esse nosso modelo pedagógico importado da Europa, como educação bancária, do tipo que o professor despeja conteúdo na cabeça do aluno e esse por sua vez vai acumulando o conteúdo transmitido pelo professor, sem refletir e questionar sobre o que aprendeu em sala de aula.
A escola tradicional é o modelo mais comum nas escolas públicas. Esse formato surgiu na Europa, junto com a criação dos sistemas nacionais de ensino, entre os séculos XIX e XX, mas passou por diversas alterações através dos tempos até transformar-se no que conhecemos hoje. Nas escolas tradicionais, a figura-chave é o professor, que é portador dos conhecimentos e tem a função de repassá-los aos alunos, que os adquirem de maneira cumulativa frequentando uma instituição escolar. Com a exposição e a interpretação dos conhecimentos sempre realizadas pelo professor; os alunos devem apenas exercitar o que foi aprendido, repetindo e memorizando fórmulas e conceitos.
Nos países que vem alcançando os melhores índices na educação avaliada pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), duas disciplinas se destacam: matemática e gramática. No Brasil, o município piauiense de Cocal dos Alves vem se destacando na disciplina matemática, após as autoridades educacionais desse município optarem por priorizar uma disciplina que num mundo voltado para a tecnologia é a mais requisitada.
Com este nosso editorial nós temos a pretensão de despertar os nossos secretários de educação para ousarem criar um modelo pedagógico inovador e revolucionário e que seja capaz de dialogar com um mundo que investe em ciência e tecnologia. Um modelo pedagógico que fuja do lugar comum, do tipo de ensino: “Ivo viu a uva” ou coisas do gênero.
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