segunda-feira, 22 de julho de 2019

Projeto revolucionário de água potável em Moçambique reúne cientistas da UE e África

Cientistas europeus e africanos estão trabalhando em conjunto para criar um sistema de tratamento das águas eficiente, económico e sustentável, para as zonas rurais e periurbanas em África.

Moçambique é um dos países que participa no projeto. A euronews esteve em Ressano Garcia, no distrito de Moamba. Na região, que faz fronteira com a África do Sul, há 130 milhões de pessoas sem acesso a água potável. A população usa água do rio não tratada e perigosa para a saúde. A água contaminada pode transmitir várias doenças como a cólera e a difteria, apesar de a diarreia ser a afeção mais comum.

"Neste momento, temos 14 mil e tal pessoas, ou seja, famílias, aqui em Ressano Garcia. Nem todas têm água potável. Recorrem à água do rio e essa água não é tratada. Quando chega a altura dessas enxurradas, provoca diarreias e doenças várias", contou Silvestre Mário Trigo, responsável técnico da Estação de Tratamento das Águas de Ressano Garcia.


Projeto-piloto em Moçambique

Para tornar a água segura, as autoridades locais estão a testar um novo sistema piloto de tratamento das águas desenvolvido em parceria com cientistas europeus. O objetivo é tratar poluentes perigosos como resíduos de pesticidas e inativar micróbios e agentes patogénicos. Trata-se de uma tecnologia chamada oxidação eletroquímica que cria ozono na água poluída. O ozono funciona como um agente de limpeza.

"A estação tem alguns processos como a coagulação e a decantação. Depois há diversas fases de filtração. É um sistema que cria o ozono na água. O ozono é uma característica de boa qualidade da água. Em termos de eficiência de qualidade da água, foi possível concluir a partir das amostras que atingimos 80 a 90% de eficiência", explicou Amiro Abdula Martins, engenheiro civil da Salomon Lda.

A estação de tratamento das águas de Ressano Garcia em Moçambique precisa de 1600 metros cúbicos de água por dia para responder às necessidades básicas da população. As novas estações são flexíveis e móveis. O sistema pode ser instalado em qualquer zona rural isolada em África.

"As vantagens são a flexibilidade e mobilidade das estações, o que vai permitir que mesmo as zonas remotas possam ter uma estação de tratamento. O principal objetivo é obter uma água que ao ser consumida não crie problemas de saúde. No final do dia, o nosso objetivo é a saúde pública", sublinhou Nelson Pedro Matsinhe, engenheiro civil da Salomon lda. Com euronews

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