O povo do Maranhão que com a eleição de Jackson Lago conquistou a sua liberdade, poderá voltar a sua antiga condição de gente que tem dono, caso os advogados que fazem a defesa do governador não consigam reverter esse quadro.
Os juízes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que votaram pela cassação do governador Jackson Lago, consideram pouco 50 anos de mando político de um só único grupo político e resolveram fazer a reintegração de posse de um feudo aos seus donos, obrigando o povo maranhense a voltar a ser tratado como gado manso.
O Maranhão que passou todo o século XX sob o domínio de dois coronéis, Vitorino Freire e José Sarney, ao iniciar o século XXI viu-se liberto, com a eleição de um político que até prova em contrário é considerado um homem probo e comprometido com um Maranhão Livre e sem dono.
Não sou daqueles que acreditam piamente no político brasileiro, mas sou um defensor intransigente da alternância de poder. Por que não posso admitir em sã consciência que um grupo político possa permanecer durante 50 anos a frente de um Estado.
Agora mesmo acabo de acessar o blog de John Cutrim, um maranhense de 23 anos de idade, que ainda chocado com a decisão do TSE, mesmo assim resolveu escrever sobre o que está sentindo neste momento, ainda não refeito do golpe sofrido pelo Maranhão.
Entendo plenamente o que está sentindo esse jovem idealista que assim como eu, na sua idade, também acreditei ser possível construir um estado e um país, onde fosse possível se viver livremente e tendo confiança no futuro.
Com a eleição do presidente da república Luis Inácio Lula da Silva, um jaboti que também ajudei a colocá-lo em cima da arvore, passei a sonhar com uma terra livre e liberta do jugo dos caciques e dos coronéis da política brasileira. Ledo engano o meu, pois o Brasil com a eleição de um torneiro mecânico ao invés de avançar em direção a liberdade, retrocedeu, resgatando os velhos caciques e coronéis que o próprio tempo estava se encarregando de colocá-los no ostracismo.
O Brasil ainda é formado de Capitanias Hereditárias, com os Alves, os Sarney, os maias, os Magalhães, os Neves -, os Barbalhos e os novos caciques sendo os donatários.
Um Juiz sergipano foi o “coveiro” da esperança de irmãos nordestinos nascidos num estado que tradicionalmente sempre acolheu seus irmãos retirantes que fugiam da seca em busca de um lugar onde pudessem viver longes dos rigores da fome e da sede.
A BANDA
Chico Buarque
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor...
Em Tempo:
Espero que essas estrofes em negrito dessa música de Chico Buarque ajudem o maranhense a refletir sobre este momento e que não se desencante com a vida,pois a luta precisa continuar.
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