A miséria no Brasil sempre foi usada pela classe política, como um instrumento para conquistar votos. Daí, a falta de interesse da nossa classe dirigente em erradicar a miséria deste país. E a região Nordeste por ser a mais atrasada, pobre e uma das mais distantes dos centros de decisões, sempre foi vista como o terreno fértil para que o clientelismo e o assistencialismo vicejem bancados pelos coronéis, de modo a beneficiar tanto aos políticos locais como aos políticos que estão na cúpula do poder, para que continuem no topo.
Foi para acabar com essa doença que o Brasil apostou na eleição de Luís Inácio Lula da Silva, um político apoiado pelo movimento sindical, pelos estudantes, pela Igreja Católica e pelos movimentos sociais de um modo geral. Mas o que fez Lula ao chegar ao poder central? Ao invés de romper com a política tradicional, aliou-se a ela e passou a adotar todas às suas práticas, o que fez com que o Brasil permanecesse na humilhante condição de país de terceiro ou quarto mundo.
O programa Bolsa Família, criado originalmente para ser um programa provisório passou a definitivo, a partir do momento em que os petistas descobriram nesse programa um modelo novo de clientelismo e assistencialismo político, que atende aos interesses dos políticos de plantão, por ser muito mais eficiente do que o sistema de troca usado pelo coronelismo. E é na força dessa política velha, só que envernizada, que Lula aposta num terceiro mandato, conquistado através de um preposto.
Caso Dilma Rousseff venha a ser eleita, o seu mandato funcionará como um mandato tampão, com a ex-ministra, assumindo um governo que se a constituição brasileira permitisse um terceiro mandato, esse mandato provavelmente seria de Lula.
Hoje o governo Lula se sustenta no apoio que vem dos grotões, das regiões mais atrasadas e miseráveis do país, senão vejamos: pesquisa Ibope encomendada pela TV Globo e pelo jornal "O Estado de S.Paulo" aponta que 22% dos eleitores da região Nordeste são diretamente beneficiados pelo programa "Bolsa Família". Na região Norte/Centro-Oeste, esse percentual cai para 8%. No Sudeste, 7% são beneficiados pelo programa, enquanto no Sul são 5%.
Nessa mesma pesquisa encomendada pela Rede Globo de Televisão e pelo jornal O Estado de São Paulo, José Serra lidera nas regiões mais ricas, Sul e Sudeste, enquanto que Dilma Rousseff lidera nas regiões mais pobres, Norte e Nordeste. Isso é bastante emblemático.
Devido a esperteza do presidente da república é que o Partido dos Trabalhadores vem perdendo apoio junto à intelectualidade e a classe média e média alta brasileira. A Igreja Católica, essa já faz muito tempo que retirou o seu apoio ao PT, por discordar dos rumos que esse partido está tomando.
O Bolsa Família é muito importante como um programa provisóiro, agora como programa definitivo, para ser usado na compra de votos ele ao invés de ajudar na promoção do homem brasileiro, ajuda ainda mais na manutenção da miséria secular que continua matando brasileiros nas regiões Norte e Nordeste, de fome e inanição.
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