Em pleno recesso parlamentar, armou-se em Brasília uma crise que
contrasta com o tédio da inatividade do Legislativo.
Deve-se o rebuliço à decisão de Dilma Rousseff de apertar o PMDB na região mais sensível do partido: o segundo escalão da máquina governamental.
Deve-se o rebuliço à decisão de Dilma Rousseff de apertar o PMDB na região mais sensível do partido: o segundo escalão da máquina governamental.
Na tradução de um auxiliar do Planalto, o PMDB “grita” porque Dilma age com “sensatez”. Munida de auditoria que aponta desvios de R$ 312 milhões no Dnocs, a presidente resolveu trocar a direção do órgão de combate à seca, sob os domínios do PMDB desde a gestão Lula.
A investida de Dilma produziu um efeito colateral. Um pedaço do PMDB passou a questionar a liderança do vice-presidente Michel Temer. Não é um pedaço qualquer. As contestações pipocam no grupo mais fiel a Temer, o chamado PMDB da Câmara.
Alega-se que Dilma dá de ombros para o seu segundo. Temer não teria ascendência sobre ela. Meia verdade. A presidente informou a Temer sobre suas intenções. Disse-lhe que deseja trocar o comando do Dnocs em combinação com o partido.
Conversa fiada, estão grudando no PMDB o carimbo de ladrão, reagiu uma liderança do partido. Proliferando a atmosfera de instabilidade, Temer arrisca-se a perder o capital político que fez dele o vice de Dilma: a unidade partidária.
A percepção do suposto desapreço de Dilma por Temer é vitaminada pela presença do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), no epicentro da crise. Não há na legenda ninguém mais identificado com Temer do que Henrique.
A despeito da proximidade, é para um apadrinhado de Henrique que a mira de Dilma está apontada. Chama-se Elias Fernandes Neto. Responde pela direção-geral do Dnocs. A depender da vontade da presidente, Elias vai ao olho da rua em fevereiro.
Se nem Henrique, potencial candidato à presidência da Câmara, está a salvo, o que será do resto do partido?, pergunta outro membro do grupo de Temer. Autorizado por Dilma,
Temer encomendou a Henrique a indicação de um substituto para Elias.
Porém, o deputado pega em lanças por seu afilhado. Rejeita a ideia de uma substituição motivada por suspeições. Apontar um substituto equivaleria a admitir que Elias tem culpa no cartório. Uma conta que Henrique não se mostra disposto a pagar.
A munição que alimenta a artilharia do Planalto vem de um relatório da Controladoria-Geral da União. É nesse documento, de 252 folhas, que estão relacionadas as irregularidades de R$ 312 milhões. Dele resultaram, nas últimas 48 horas, duas notas oficiais contraditórias.
A primeira foi divulgada por Fernando Bezerra, de cujo ministério –Integração Nacional— pende o Dnocs. No texto, respaldado pela Presidência, o ministro “reafirma a posição de renovar os quadros das empresas vinculadas à pasta.” Fonte: blog do Josias
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