Negar
a beleza das festas de todas as aberturas de jogos olímpicos se trata de
burrice, de preconceito ideológico ou até mesmo, de falta de sensibilidade. Mas
não podemos deixar de afirmar que existiram umas mais belas do que outras.
Para
mim, por exemplo, nenhuma das festas de abertura das Olimpíadas, desde 1980 até
2012 se compara a Olimpíada de Moscou. A começar pelas músicas temas,
classificadas como músicas eruditas, de uma beleza capaz de agradar ao mais exigente
gosto musical. A música Moscou Adeus
de encerramento dessa Olimpíada da compositora russa Alexandra
Pakhmutova, foi puro deslumbramento.
Mas o ponto alto, o ápice da festa de abertura
da Olimpíada de Moscou foi o uso do ursinho Misha nas cerimônias de abertura e
encerramento dos Jogos, transmitidas pela televisão que emocionou o mundo:
Misha aparecia em movimentos produzidos por um enorme mosaico de coreógrafos
carregando placas coloridas, que eram levantadas e abaixadas segundo um
movimento perfeitamente sincronizado pelas pessoas nas arquibancadas do
estádio. Um momento especificamente marcante ocorreu durante a cerimônia de
encerramento, quando uma coreografia simulou a queda de uma lágrima do olho do
ursinho, fazendo Misha chorar.
A festa de abertura da Olimpíada de Londres foi
muito bonita, mas não teve nada de extraordinário, capaz de emocionar milhões
de pessoas em redor do mundo que assistiram a essa monumental festa, que
embora tenha sido feita como se conta uma história através de um filme, não conseguiu
tocar o sentimento dos assistentes, como certos filmes conseguem.
A emoção provocada pela queda de uma lágrima do
olho do ursinho Misha foi algo indescritível. Um emoção provocada por uma figura inanimada, mas que parecia ter assumido naquele momento, vida humana.
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