segunda-feira, 30 de julho de 2012

A lágrima do ursinho Misha


Negar a beleza das festas de todas as aberturas de jogos olímpicos se trata de burrice, de preconceito ideológico ou até mesmo, de falta de sensibilidade. Mas não podemos deixar de afirmar que existiram umas mais belas do que outras.

Para mim, por exemplo, nenhuma das festas de abertura das Olimpíadas, desde 1980 até 2012 se compara a Olimpíada de Moscou. A começar pelas músicas temas, classificadas como músicas eruditas, de uma beleza capaz de agradar ao mais exigente gosto musical. A música Moscou Adeus de encerramento dessa Olimpíada da compositora russa Alexandra Pakhmutova, foi puro deslumbramento.   

Mas o ponto alto, o ápice da festa de abertura da Olimpíada de Moscou foi o uso do ursinho Misha nas cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos, transmitidas pela televisão que emocionou o mundo: Misha aparecia em movimentos produzidos por um enorme mosaico de coreógrafos carregando placas coloridas, que eram levantadas e abaixadas segundo um movimento perfeitamente sincronizado pelas pessoas nas arquibancadas do estádio. Um momento especificamente marcante ocorreu durante a cerimônia de encerramento, quando uma coreografia simulou a queda de uma lágrima do olho do ursinho, fazendo Misha chorar.

A festa de abertura da Olimpíada de Londres foi muito bonita, mas não teve nada de extraordinário, capaz de emocionar milhões de pessoas em redor do mundo que assistiram a essa monumental festa, que embora tenha sido feita como se conta uma história através de um filme, não conseguiu tocar o sentimento dos assistentes, como certos filmes conseguem.

A emoção provocada pela queda de uma lágrima do olho do ursinho Misha foi algo indescritível. Um emoção provocada por uma figura inanimada, mas que parecia ter assumido naquele momento, vida humana.   

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